Friday 2 March 2012

Floripa


É até estranho eu ter um post sobre minha cidade natal, mas a verdade é que quando venho pra cá nunca faço turismo, mas desta vez por ter amigos estrangeiros querendo conhecer tudo acabei indo pra vários lugares que fazia anos que eu não ia.
Eles ficaram uma semana aqui e visitamos vários lugares.
Começamos com o Ribeirão da Ilha, um bairro com restaurantes de frutos do mar (alguns mais caros como o tal de Ostradamos, onde almoçamos na sexta-feira), e casinhas de pescadores no estilo açoriano. Floripa foi colonizada pelos açorianos e a arquitetura de lá ainda pode ser vista pela cidade inteira.
Visitamos várias praias também, algumas que eu não ia desde criança.
Floripa tem 42 praias e qualquer canto da ilha que você for vai encontrar praias lindas. As do norte têm mais infra estrutura e a água é mais quente. As do sul são mais quietas e vazias, mas não têm muita infra-estrutura, fica complicado achar banheiro ou restaurante dependendo de onde for. Algumas praias só se chega por trilha, como a Lagoinha do Leste.
Pro sudeste tem o Morro da Pedras, com um mirante com vista pra algumas praias. Este morro das pedras é um lugar de retiro espiritual, e é caminho pra várias praias do sul da ilha. Eu nunca vou pra essas praias, mas tem o Campeche, Armação, Pântano do Sul etc
A Lagoa é um dos principais pontos turísticos. Passa-se pelo morro da lagoa pra chegar e lá em cima tem um mirante onde a parada é sugerida, pois a vista é muito bonita.
Descendo o morro chega-se na Lagoa da Conceição, onde eu ia muito quando criança. Hoje em dia não é aconselhável nadar lá pois a qualidade da água não é boa, mas o visual é bonito. Na rua de paralelepípedos (Av. das rendeiras) que te leva até o morro da Mole encontra-se vários restaurantes e lojinhas de rendas. Ainda é possível ver a arte de fazer renda com os bilros em algumas delas e toalhinhas dessa renda são um bom item de decoração e presente. Todas são feitas manualmente e as pequenas custam cerca de R$20 enquanto que as grandes, que demoram quase 1 ano pra serem feitas, cerca de R$600.
Chegando no trevo pra direita chega-se na Joaquina e pra esquerda é o morro da Mole.
A Joaquina é uma praia que tem uma vista linda de cima das pedras que ficam do lado esquerdo da praia, e é popular com os surfistas. A água é super gelada e da última vez que entrei nela não consegui ficar muito tempo. Tem dunas muitos bonitas ali perto da Joaquina onde pode-se fazer sandboard.
A praia Mole é uma praia popular com esportistas e pessoal natureba. A areia é bem grossa e o mar bom pra surfe também, mas perigoso pra nadar. De lá tem uma mini trilha que te leva até a praia da Galheta, que também é uma praia bonita. A Galheta é praia de nudismo e antigamente muitas pessoas iam lá, mas hoje em dia só homens gays a frequentam, então fiquem avisados que apesar da praia ser bonita você vai ver vários homens gays nus lá, uns nem muito discretos.
Praia Mole

Continuando em frente tem um mirante pra Lagoa muito bonito, onde vale a pena parar e tomar uma água de côco ou caldo de cana.
Mirante a caminho da Barra
Continuando chega-se na Barra da Lagoa, uma praia muito legal que eu ia muito quando criança. Tem um restaurante excelente chamado 2 Irmãos, bem na parte esquerda da praia, com comida farta e gostosa. Tinha uma ponte pêncil super charmosa antigamente, mas agora vi que a substituíram com uma ponte azul mais moderna e sem graça...
Barra da Lagoa

A praia Brava fica bem no norte da ilha, perto da praia do Santinho. A praia Brava tem vários condomínios chiques e tem um visual lindo. Antes dava pra parar no morro antes de chegar na praia pra ver a vista, mas hoje isso não é mais possível, infelizmente.
A praia de Canasvieiras é muito popular com os Argentinos, que no verão tomam conta. A água é quente e tem bastante comércio. De lá pode-se fazer passeios de barco que passam por várias ilhas ao redor de Floripa, nadar com golfinhos, entre outras coisas. Nós fizemos um passeio pra Ilha de Anhatomirim, que tem um dos fortes contruídos pelos portugueses para defender a ilha de invasão espanhola. A ilha é linda, com vista maravilhosa! É mantida pela UFSC e paga-se R$8 pra entrar na ilha, mas vale a pena!! Eu adorei e não acredito que demorei mais de 30 anos pra ir lá! O passeio de barco é bem divertido, tem entretenimento. A maioria do pessoal no nosso barco era uruguaio, então o guia falava em portunhol. Só tinha 3 brasileiros, e os nossos amigos que só entendem inglês, e eu tentava traduzir tudo pra eles quando dava.
Paramos também pra fazer um mergulho e foi muito refrescante depois de estar num calor de 35 graus!
Ilha de Anhatomirim

Jurerê Internacional é a praia dos "ricos". Na verdade não é bem assim, essa fama começou faz uns anos e é meio equivocada. O que acontece é que muitas mansões foram construídas lá em Jurerê, mas o pessoal que as construiu normalmente não mora lá, eles as alugam na temporada por preços exorbitantes, e o resto do ano ficam vazias. Os moradores de Jurerê são pessoas de classe média, não são ricos. Não são diferentes de quem mora no centro da cidade, ou perto da UFSC. Como a praia tem essa fama tem gente que vai lá só pra ostentar. Perto do ano novo é quando tudo está "bombando" lá, vários DJs internacionais tocam em boates caríssimas lá, vêm muita gente do Rio e São Paulo pra tomar champagne na praia, tem gente que vai lá só pra se mostrar mesmo. Mas Jurerê tem a melhor infra-estrutura de todas as praias da ilha, por isso muita gente mora lá mesmo durante o inverno, e em 20 min chega-se no centro da cidade.
Gostei muito de ter visto a minha terra natal com perspectiva de turista, consegui aproveitar bastante a beleza desse pedacinho de terra lindo perdido no mar, como diz o hino de Floripa :)