Thursday 28 January 2016

Interior de SC - Brazil

Já fazia tempo que eu tinha vontade de fazer uma viagem pelo interior de Santa Catarina. Lembro de viagens que eu fiz pra lá quando criança e as paisagens eram bem bonitas, por isso queria revê-las, mas das vezes anteriores que eu vim ao Brasil não tive oportunidade de realizar tal viagem. Este ano a minha melhor amiga me convidou pra passar um fim de semana na casa de campo que ela comprou num condomínio perto de Bom Retiro, e eu não pensei duas vezes ao aceitar.
A viagem de Floripa até lá durou pouco mais de 2:30, pois fomos devagar e com cuidado, depois de muitos nos haverem dito que a estrada é perigosa. Inclusive vou copiar aqui o que eu escrevi no meu facebook sobre isso: Acabei de voltar do interior de SC pela BR 282. Muitos disseram que a estrada é perigosa e é preciso dirigir com cuidado. Sim, é preciso dirigir com cuidado, mas não pela estrada, que não é nem um pouco perigosa, mas sim por causa dos inúmeros IMBECIS que dirigem sem o mínimo de respeito pelas leis de trânsito ou com bom senso, colocando em risco a vida de todos que por lá trafegam. São motoristas irresponsáveis e inconsequentes que se acham espertos por fazer manobras arriscadíssimas e por que não dizer, criminosas! Aquilo não é uma pista de corrida e o trânsito não é uma competição, e se vicê dirige assim você é realmente um imbecil!!

Mas voltando à programação normal: A paisagem serrana é realmente belíssima, com verde até onde os olhos conseguem ver. O verde é escuro e abundante. O condomínio onde fica a casa da minha amiga chama-se Pouso da Serra e é uma área de preservação, onde as poucas casas construídas são todas ecologicamente corretas, com aquecimento solar, reaproveitam água da chuva, telhado verde etc etc. A casa da minha amiga é de madeira, simples mas muito legal e bem estilo rural (rústico), o que parece estar "na moda" no momento até nos apartamentos de Floripa. Eu pessoalmente acho esse estilo bem bonito e aconchegante, mas combina mais com casa. A casa tem uma varanda com rede e é cercada de verde, com um jardim e várias árvores de frutas e flores ao redor. É bem quieto e perfeito pra relaxar num fim de semana. Eu adoraria ter um canto daqueles!
Depois de um almoço de salmão orgânico e pão caseiro, com ravioli orgânico de pinhão e carneiro, tudo feito e fornecido por produtores locais, saímos pra caminhar pela área, que tem várias trilhas legais. Vimos uma cachoeira, caminhamos até um ponto alto com vista para a reserva, passamos por pasto onde as vacas pastam tranquilamente e chegamos até a propriedade do dono-gerente da reserva. 

Convite para relaxar: Rede na varanda da casa da minha amiga
Eu e a Fran fazendo trilha pela reserva
Eu brincando no balanço
A cachoeira que vimos na trilha

O dono não estava lá, mas paramos pra descansar numa área de refeições bem legal ao lado da casa dele, com decoração rústica e confortável. Lá fiquei conversando com uma menininha de 4 anos chamada Lívia, que estava me mostrando uns coelhinhos. Ela ficou minha amiga e queria me mostrar todos os lugares, inclusive a casa dela hehehe Os amiguinhos dela estavam na praia e ela estava sozinha com a mãe, que estava cuidado do bebê, então ela precisava de outra amiga pra brincar e eu fui a escolhida.
Fofinho: Não conseguia largar esse coelhinho!
Vista belíssima de paisagem típica do interior de SC com as araucárias


Depois de voltarmos pra casa da minha amiga nos arrumamos pra jantar no restaurante do hotel Curucaca, que fica nessa reserva. É um hotel fazenda bem legal, que tem piscina e tudo. A janta estava deliciosa, com salada orgânica, prato principal de peixe criado ali na propriedade, acompanhado de batata (se não me engano). De sobremesa teve cheesecake, que eu dei pro André pois não posso comer. As caipirinhas com a vodka que a minha amiga comprou especialmente pra mim, com limão orgânico fornecido pelo restaurante estavam deliciosas. Me dá água na boca só de pensar nelas!!
Depois da janta voltamos pra casa dela e nos sentamos nas cadeiras rústicas de madeira que ficam no jardim da casa dela, com uma fogueira no meio, com bastante conversa. Eu até tentei cortar a lenha pra fogueira, mas não deu muito certo. O marido da minha amiga que era o profissional nisso e eu não passei no teste.
Conversa ao redor da fogueira

No dia seguinte tomamos café da manhã no hotel (frutas frescas, bolo e pães caseiros de dar água na boca!) e fomos conhecer as redondezas de carro. Fomos até a cachoeira do Avencal, que fica no caminho entre Urubici e São Joaquim. A cachoeira é bem alta, mas a vista do parque do Avencal é meio ofuscada pelas plantas que não são cortadas. Parece que tem um parque chamado Eco do Avencal, de onde a vista é melhor e tem atividades pra crianças, mas estava fechado nessa época.  
O principal ponto turístico que visitamos foi o Morro da Igreja, um dos pontos mais altos do estado de SC e também dos mais frios. No inverno neve é comum lá e também registra as temperaturas mais baixas do Brasil. A visita ao Morro da Igreja é controlada e precisa-se pegar uma autorização, grátis, no escritório do Parque Nacional de São Joaquim, em Urubici. A vista lá de cima é belíssima, com o atrativo da "Pedra furada". Batemos várias fotos e foi a parte que eu mais gostei de ter visto nesta viagem. Foi legal ter visto que muitas pessoas ainda usam cavalos como meio de transporte pelas estradas, e também ouvir o sotaque típico da serra.
Terminamos a viagem com um almoço no restaurante Vale dos Sonhos, na descida do Morro da Igreja. Este restaurante é um lugar especial. É necessário fazer reserva, pois os donos não atendem todos os dias. O restaurante é na sala da casa dos donos e só tem 3 mesas, e a comida é preparada pelo dono da casa. A esposa dele tem um ateliê onde ela faz arranjos florais muito bonitos com elementos que eles pegam na propriedade deles, que é cheia de árvores e flores.
A casa deles tem vista lindíssima do vale embaixo, e eu brinquei com minha amiga que deveria medir a quietude entre esse lugar e comparar com a da propriedade da minha amiga pra ver qual mais tranquilo. A comida servida foi vegetariana, orgânica e fantástica! Eu adorei a salada de folhas e tomate cereja com um molho leve bem gostoso, e risoto de arroz integral, parmesao e cogumelos silvestres. De sobremesa teve panna cotta com geléia de framboesa. Eu comi a geléia e o André se encarregou de comer a minha panna cotta, além da dele. O preço foi 50 reais por pessoa, o que eu achei bem razoável.
Nós tomamos um vinho tinto que havíamos comprado numa loja especializada em Urubici, pois o restaurante não serve bebida alcólica. Era vinho local e eu fiquei surpresa com a qualidade, era delicioso, mas caro. pagamos cerca de R$100 a garrafa.
Pra completar, tem um piano na sala onde servem a comida e eu aproveitei pra praticar :)

Atelier da dona do restaurante Vale dos Sonhos
Eu na sala do restaurante
Experimentando o piano
Vista belíssima de cima do Morro da Igreja

A viagem foi muito agradável, tanto por eu ter a companhia da minha amiga querida que eu vejo pouco, quanto pelas paisagens lindíssimas e também pela comida, que foi simples, mas extremamente saborosa na minha opinião.
Eu recomendo uma visita ao interior de Santa Catarina. A infra-estrutura melhorou drasticamente desde que saí do Brasil há mais de 10 anos atrás, com bastante opção de hotel fazenda, restaurante e parques para fazer esportes ecológicos. Sei que no inverno esta opção de lazer é muito procurada, mas quem quer fugir do calor do litoral, uma visita à serra será muito bem-vinda, pois lá é bem mais fresquinho e não passa-se tanto calor quanto em Floripa (não que isso seja o meu caso, que adoro calor). E por último, já que o real está tão desvalorizado ultimamente, por que não incentivar a economia mais local, que tem tanto a oferecer quanto qualquer cidade Européia? Inclusive este tipo de viagem é o sonho de todo europeu, de bastante contato com a natureza e alimentação saudável, e os catarinenses tem isso na porta de casa. Espero poder voltar praqueles lados num futuro próximo.

Friday 1 January 2016

Berlin II

No segundo dia nós passeamos pela área de Warschauer Strasse. Eu queria mostrar pro André uma área do lado da estação, onde tem bastante grafite. Á noite são realizadas festas nas várias boates dali. O problema é que ao nos aproximarmos do portão principal de entrada daquela área haviam uns homens de aparência meio duvidosa. Eu fiquei meio receosa e o André também, então usamos uma outra entrada pra eu mostrar os murais pra ele. O lugar estava praticamente deserto, e é propício pra que pessoas de atividades, digamos, suspeitas se encontrem.
Frankfurter Tor
Warschauer Strasse

Mas não deu nada, ainda bem, batemos fotos dos murais e fomos depois pro palácio de Charlottenburg, bem no oeste de Berlin. Tem um parque legal lá, mas não chegamos a entrar no palácio pois o preço da visita era exorbitante, quase 20 euros.
Schloss Charlottenburg

Fomos então nos encontrar com a Sue novamente em Schöneberg pra comer um brunch. Tivemos que caminhar bastante até encontrar um lugar aberto (era dia 31 de dezembro), e que não estivesse cheio. Depois de muito caminhar achamos um café bem legal, que é decorado como se fosse uma sala de estar bem grande, com móveis antigos, livros e sofás. Comi uma salada bem gostosa e de sobremesa um Apfelstrudel muito bom. Ficamos mais de 2 horas conversando, gosto muito desta minha amiga e sinto falta de ter amiga como elas em Londres.
Depois do brunch retornamos ao hotel para descansar, e mais tarde nos pusemos a caminho da casa de outra amiga, a Josi, que estudou conosco na faculdade. Ela tem um bebê bem novinho e mora no centro com o marido alemão. Jantamos um prato de goulash com knödeln bem gostoso que ele preparou, e passamos o ano novo com eles. O apartamento deles tem uma vista muito bonita da cidade de Berlin, mas bem na hora da virada baixou a maior neblina e era difícil ver algo, mas deu pra perceber que a cidade inteira solta fogos de artifício. Foi bom ter passado a virada com alguém conhecido.

https://www.youtube.com/watch?v=IMIWm7EpgiU&feature=youtube_gdata

Retornamos a Londres no dia primeiro de 2016, felizes de ter visitado Berlin novamente e olhando o preço de casas por lá, que são muito mais em conta que Londres. Quem sabe fazemos de Berlin nossa casa um dia…
Começando 2016 em Berlin