Monday 26 May 2014

Oslo–Noruega–Dia 4

O sol reapareceu com tudo. Tarde demais, pois eu precisava ir pro aeroporto as 11 da manhã, portanto não tive temo de ver as ilhas.

Saí pra tomar café da manhã na beira do rio, onde comi um muffin de blueberry fresquinho e delicioso com um suco de laranja. Fiquei de bobeira quando decidi ver uma últimas coisa em Oslo: a prefeitura.

Eu havia lido no wikitravel que era válido ver a prefeitura por dentro pois tem uns murais bem bonitos, e é também o lugar onde é feita a entrega do prêmio Nobel da Paz. Teria sido perfeito pra uma visita no domingo chuvoso, e até tentamos visitar, o problema é que estava fechada pra um evento. O tal evento, a Pia me explicou, é algo que acontece todos os anos pros adolescentes que fazem 16 anos. Chama-se Confirmação, e é para preparar os adolescentes pra vida adulta. Neste evento o ( a) adolescente recebe de presente dos pais uma roupa tradicional Norueguesa, que ele-ela vai guardar pra sempre. Esta roupa custa bem caro, algo em torno de 10 mil reais, e nem todos os pais podem pagar isso (a minha amiga não tem, por exemplo), mas ela é usada em todo e qualquer evento grande como casamento. Acho que ao longo dos anos o custo-benefício é justificado, pois comprar roupa pra ir em casamento é sempre caríssimo de qualquer forma. Outra vantagem é que é uma motivação pra pessoa não engordar com os anos e sempre caber naquela roupa. Foi legal no domingo ter visto as famílias saindo da prefeitura, todas vestidas nas suas roupas típicas, a caminho de um almoço em família.

Mas voltando à prefeitura, eu tinha 45 minutos pra chegar até lá, visitar o lugar e voltar ao hotel pra pegar o trem a tempo de chegar no aeroporto. A ida e vinda seriam 15 minutos cada, o que significa que só tive 15 minutos lá dentro. Gostei de ter ido, achei os murais bonitos e eu gostaria de ter ficado mais tempo lá interpretando cada um deles.

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Murais dentro da prefeitura de Olso
Vista da costa norueguesa de dentro do avião

Cheguei a tempo de pegar meu vôo, comprei um sanduíche pra comer de almoço e meu assento era na janela. Normalmente escolho corredor, mas por ser um vôo curto não quis pagar a mais pra selecionar assento. Foi bom, pois a vista da costa norueguesa é absolutamente linda lá de cima. Eu conseguia enxergar ao longe montanhas com neve e também dezenas de ilhazinhas na costa.

A minha amiga recomendou vários passeios em outras regiões da Noruega, que eu adoraria fazer. Gostaria de comparar os Fjords de lá com os que eu vi na Nova Zelândia.

Impressões finais:

País tranquilo, sem grandes problemas sociais, saúde e estudo são gratuitos, mas a alta taxa de impostos é o preço que se paga. O maior problema da Noruega agora é a imigração de cidadãos de países pobres da Europa, que vão pra lá sem condições nenhuma de sustento. Eu e a minha amiga ficamos chocadas com a quantidade de romenos no centro da cidade, pedindo esmola e simplesmente sentados na rua o dia inteiro, sem trabalho. De quem é a obrigação de integrá-los a sociedade? Eles não falam Norueguês e a maioria não fala nem inglês, o que torna as coisas mais difíceis. A presença destes grupos (não necessariamente romenos) começou a gerar comentários racistas e nacionalistas, o que é um problema. Mas quem vai solucionar o problema e como?

Recentemente teve eleição pro parlamento europeu, e os candidatos que ganharam são todos de direita, porque a maioria das pessoas que pagam impostos não estão gostando nada da história de ter que dar dinheiro pra país que não consegue se manter e está quebrado por pura incompetência dos seus governantes. Não sei qual será o futuro da Europa do jeito que as coisas estão indo.

Bom, agora posso dizer que vi todos os países escandinavos Smile

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Vídeo da viagem

Sunday 25 May 2014

Oslo–Noruega–Dia 3

Finalmente chegou o domingo, o dia de conhecer as ilhas e ver o museu da história e cultura noreguesa, e aproveitar o sol.
E adivinhem… o tempo estava um lixo! Horrível, friozinho e com chuva. Passei o dia chorando no hotel! Tá, mentira porque eu não fiz isso, mas fiquei p*. ODEIO CHUVA!!!! ODEIO!!!!!!!!!
Resolvemos então visitar museus. Nem tudo estava perdido, pois vários museus são gratuitos no domingo, a começar pela National Gallery. Não é tão grande quanto e nem tem a coleção extensa que tem a de Londres, mas vi várias pinturas bem bonitas e gostei muito dos quadros de um pintor chamado Johan Christian Dahl, que pintava paisagens lindíssimas. Numa das salas eu vi um quadro onde estavam pintadas montanhas com neve e um tipo de sol ou lua no meio, e a paisagem era o fim de tarde e era um azul bonito. Imediatamente me meio na cabeça um desenho que eu fiz quando estava fazendo intercâmbio nos Estados Unidos e fiquei obcecada pela Suécia. Eu precisava escolher um país europeu pra fazer um trabalho na escola e na época aprendi tudo sobre a Suécia, e pra capa do meu trabalho eu fiz um desenho com duas montanhas e um sol no meio, se pondo, meio azulado.
Na National Gallery tem a sala de pinturas do Edward Munch, incluindo o famoso The Scream, que segundo o guarda me falou e eu confirmei depois na internet, é um dos originais. Não esperava, foi um bônus de ter visto.

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Uma pintura na National Gallery de Oslo
A pintura que me lembrou o desenho que eu fiz no colégio
Cachoeira no rio Akerselva
Globo antigo no museu do trabalho de Oslo
Antigo bairro industrial em Oslo

A chuva não deu trégua e fomos então a procura do museu do trabalho de Oslo, que ficava do outro lado da cidade. Passamos novamente pelo rio Akerselva, e fiquei impressionada de ver como é grande e inclusive passamos por uma cachoeira. Encontramos o museu, entretanto era tudo em Norueguês, sem tradução pro inglês. Eu até vi algumas coisas, mas sem entender do que se tratava era difícil interpretar. A Pia traduziu algumas coisas pra mim e o que ela traduziu foi interessante. O museu fica no antigo bairro industrial de Oslo, onde haviam várias fábricas. Há muitos anos, os trabalhadores tinham péssimas condicões e não tinham quase direitos. Só conseguiam férias depois de 5 anos de trabalho, e somente 3 dias. Aí o surgiram os sindicatos, que obviamente foram muito bem-vindos e garantiram os direitos dos trabalhadores. Em algum lugar entra lá e cá os sindicatos, a meu ver, perderam seu sentido de ser pois agora só fazem besteira em não acompanhar o progresso do mundo de modo geral.

A nossa caminhada continuou pelo rio até chegarmos numa área com mais murais e mais barzinhos, onde havia uma bandinha tocando músicas bem legais. Paramos pra ficar ouvindo um pouco. Logo foi hora da minha amiga ir embora de volta pra cidade dela, e eu fiquei sozinha em Oslo. Adivinhem o que aconteceu? Saiu o sol… esse astro maldito saiu às 6 da tarde, quando já não haviam mais barcos pras ilhas, então a minha única alternativa era ficar vendo mais coisas pela cidade. Foi quando decidir ver o cemitério, que assim como na Suécia é um parque onde as pessoas vão pra ler, correr e passear com seus cachorros. Tem túmulos, mas os mesmos são discretos e sempre tudo muito verde e cheio de plantas. Realmente um lugar de descanso pros vivos e pros mortos.

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Passando por uma queda d´água no Akerselva
Barzinho com música ao vivo
Mais murais pela cidade
Cemitério e parque de Oslo

Passei pela igreja mais antiga de Oslo, de pedra e escondida do lado do cemitério, vi mais uns prédios interessantes e resolvi arriscar e jantei um cachorro quente, que estava bem gostoso.

Voltei pro hotel pra dormir, de mal com o sol.

Saturday 24 May 2014

Oslo–Noruega–Dia 2

Nós planejamos nossas atividades em Oslo baseadas na previsão do tempo. Sábado era pra ter um dia parcialmente nublado, então resolvemos caminhar pela cidade, enquanto que pro domingo a previsão era de um dia lindo de sol e calor, e então iríamos pras ilhas perto de Olso.
Sábado nós caminhamos o dia inteiro! Começamos comprando café da manhã numa padaria, e eu parei pra tomar um chocolate quente num café perto do hotel. Caminhamos pro lado leste da cidade para visitar um lugar chamado Kampen, onde vimos várias casas de madeira em estilo norueguês. Fomos então caminhando até chegar no jardim botânico, onde tem o museu do tal de Edward Munch, o mais famoso pintor Norueguês. Não entramos no museu e continuamos a caminhada passando pelo Jardim Botânico, que era bem grande e calmo.

Paramos para almoçar num bairro chamado Grünerløkka, um lugar cheio de restaurantes e cafés. Eu comprei uma salada de atum e nós nos sentamos num banco num parque pra almoçar, enquanto ouvíamos alguém tocar música ali do lado.

Depois do almoço passamos pelo o rio Akerselva, que corta a cidade de norte a sul e tem caminhadas ao redor das duas margens, passando por parques, bares e cafés escondidos e charmosos. Um destes lugares nos lembrou muito de Berlin, pois haviam vários murais e umas decorações meio estranhas, mas interessantes.

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Jardim botânico
Murais pela cidade e um candelabro estranho, estilo Berlin
Rio Akerselva, com um cisne suspeito

Nisso saiu o maior sol e ficou calor, e nós a caminhar pela cidade. Passamos por um mercado de rua bem grande, indo em direção ao parque de esculturas de Vigeland.  A caminho de lá vimos mais casas de madeira, maiores e mais bonitas e imponentes.

Foi uma caminhada demorada, e quando chegamos no parque estava realmente quente e estávamos exaustas. Paramos numa sombra pra descansar e fazer um lanche, e depois de recuperadas fomos ver as famosas esculturas. A minha amiga explicou que no começo estas esculturas chocaram as pessoas, pelo fato de todas estarem peladas, crianças e adultos, sempre representando situações pelas quais as pessoas passam. Estas esculturas estão em cima de uma ponte, ao redor de um chafariz grande, e em cima de uma escadaria, onde no cume tem uma coluna de pedra grande, que foi esculpida a partir de um único pedaço de pedra.


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Mais casas de madeira
Esculturas em VigelandsPark
Parque de Vigeland

Continuamos o passeio passando por uma parte bem bonita da cidade, com casas grandes, ruas cheias de árvores e flores, que segundo a minha amiga é um bairro onde pessoas de dinheiro moram. Na Noruega tudo é muito caro. Comer fora e tomar um drink são coisas que não se faz com muita frequencia porque realmente o preço é muito salgado. Mas mesmo em sociedades igualitárias existem diferenças. Apesar de não faltar nada pra ninguém, tem gente que consegue comer em restaurante todo dia e tem gente que não consegue, tem gente que tem casa bonita e grande e tem gente que tem que dividir casa porque não consegue pagar aluguel sozinho.

Chegamos então numa área bem nova e moderna perto do porto. Acho que os habitantes de Oslo estavam ou no parque que visitamos, ou neste lugar, pois estava absolutamente cheio de pessoas, todo mundo apoveitando o sol e calor, e inclusive tinham pessoas nadando na mini-praia de pedrinhas que tem ali. Caminhamos pela orla e comprei um cachorro quente na esperança de ser bom como os que eu havia comido na Dinamarca, só pra ficar decepcionada.
Logo ali do lado fica o Forte e Castelo de Akerhus, de onde se tem uma vista bem bonita do Fjord de Oslo. Fjord é a denominação geográfica de um certo tipo de formação, apesar de que em Oslo o fjord não é nada parecido com os fjords que se vê nas outras partes da Noruega, entre as montanhas. Isso foi o que a minha amiga me explicou quando eu duvidei que o que eu estava vendo era um fjord.

Voltamos pro hotel pra descansar antes de sair pra janta. Escolhemos um lugar com peixe perto do hotel, que havíamos passado anteriormente durante o dia. Eu comi fish and chips, que estava razoável, mas que custou quase 2 vezes mais do que teria me custado em Londres.

Antes de voltar ao hotel paramos num bar pra tomar mais alguma coisa e eu fiquei tentando sem sucesso entender o que as pessoas estavam falando ao redor da gente. Ela traduziu algumas coisas, mas no geral eu estava mesmo na ignorância.

Terminamos o dia cansadas e cheias de bolhas nos pés, de tanto que caminhamos!

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Área nova e moderna no porto
Eu durante a janta, tomando um vinho pra relaxar
Praia e vista do fjord de Oslo

Friday 23 May 2014

Oslo–Noruega–Dia 1

No segundo feriado de maio eu viajei para Oslo, na Noruega. Não estava nos meus planos viajar pra Noruega, mas como a passagem estava barata comparado com outros lugares que eu havia considerado ir, e como eu tenho uma pessoa conhecida na Noruega, achei que seria vantagem ir pra lá.
Saí de Londres sexta-feira às 3 da tarde (tirei meio dia de férias) e eram quase 8 da noite quando cheguei no hotel em Oslo. Do aeroporto de Oslo até o centro é possível pegar o trem expresso, que leva 16 minutos pra chegar na estação central de Oslo (acho que o nome do trem é Floget) e tem o trem de linha normal, que são 50 kronas mais baratas que o trem expresso e leva 23 minutos até a estação central. Realmente não tem porque pegar o trem expresso.
A minha amiga já estava no hotel me esperando. Eu a conheci quando estava em Berlin, e ela mora numa cidade chama Porsgrun, no sul da Noruega, mas foi até Oslo me encontrar e me mostrar a cidade.
Como está no fim de maio anoitece bem tarde lá, o que significa que deu tempo de jantarmos e ainda saímos pra caminhar pelo centro da cidade que estava claro.
Começamos visitando a Opera House, uma construção nova bem moderna na beira do mar. O teto da construção é inclinado de forma que permite que as pessoas possam subir nele. Fomos até lá em cima pra ver a vista da cidade e o por-do-sol. Dali fomos caminhando pelas ruas do centro até o palácio onde a família real da Noruega mora. No caminho passamos pela parte central e turística da cidade, onde tem o prédio do parlamento, um hotel bem chique, uma praça com chafariz e vários restaurantes. Chegamos então até o palácio real, que fica em cima de um morrinho no fim de um caminho ladeado de árvores com flores bem cheirosas. Ao contrário de Buckingham Palace em Londres, que é uma grade enorme ao redor e ninguém pode chegar perto, não existe grade nenhuma ao redor deste palácio. Tem uns guardinhas cuidando, mas é isso. Eu perguntei pra um deles se a rainha mora ali mesmo e a guardinha fez que sim com a cabeça (não sei se eles podem falar com as pessoas, acho que não).
A primeira impressão da cidade foi de um lugar calmo.

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Eu em na frente da Opera House de Oslo
Prédios modernos em Oslo. São chamados de Barcode esses aí
Palácio real de Oslo
Parlamento de Oslo

Monday 5 May 2014

Escócia–Highlands III

No nosso último dia o plano era ir direto até um lugar chamado Fort Augustus, que é uma vila que fica logo no começo do Lago Ness. Mas como tínhamos tempo sugeri que voltássemos até perto de Fort William, onde estávamos no dia anterior, pra ver se conseguíamos ver alguma coisa das coisas que não havíamos visto no dia anterior, já que o tempo estava melhor. Não tinha sol, mas as nuvens malditas do dia anterior haviam dispersado, então tudo melhorou.

No caminho passamos por um castelo famoso, cenário de vários filmes, chamado Eilean Donan. É possível visitar o castelo por dentro, mas o bonito é admirar o castelo com o cenário em volta, e foi o que fizemos.
Valeu a pena termos ido sul novamente pra tentar ver algumas coisas, apesar de ter acidionado 1:30 de viagem. Fomos até um ponto de vista um pouco antes de chegar em Fort William e conseguimos ver a tal Ben Nevis, a montanha mais alta, com as suas montanhas "vizinhas".
Depois de fotos fomos então em direção até Fort Augustus, que em si não tem nada de espetacular, mas fica bem no começo do Lago Ness. Este lago não tem nada de espetacular. É famoso por causa do tal monstro do Lago Ness, mas a paisagem em si não é tão bonita quanto as demais que vimos na viagem, com tantos outros lagos e montanhas. Inclusive está é cheio de turistas e por isso os preços são inflacionados. Uma das coisas que eu queria ver eram as ruínas do Castelo de Urquhart, que fica no Lago Ness. Chegamos lá e estava cheio de ônibus de turistas e não dava nem pra tirar foto da paisagem, pois cercaram tudo e tinha que pagar mais de 7 libras pra ver as ruínas e "apoveitar o café, a loja de souvenir, o museu e o filme do castelo", como disse a senhora rude que nos atendeu. Ficamos p* da vida e resolvemos não pagar. Uma coisa é pagar pra ver o castelo de perto e por dentro, agora cobrar pra bater foto de paisagem é um cúmulo na minha opinião! Subimos num morrinho atrás do ticket-office e batemos fotos dali mesmo, como várias outras pessoas estavam fazendo.
Fomos então em direção a Inverness, o destino final da viagem. Eu nem esperava ver nada na cidade, pois já havia lido que não tem muita coisa pra fazer ou ver, o que se comprovou. Eu e a Jinny fizemos o tour da cidade, vimos todas as atrações (nada espetacular) em menos de uma hora, e ficamos visitando lojas de cashmere pra ver preços e comprar algumas coisas. Acabei comprando uma blusa de cashmere e um cachecol de tartan bem quentinhos.

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Castelo Eilean Donan
Cadeia de montanhas Ben Nevis
Ruínas do castelo de Urquhart, no lago Ness


Terminamos de fazer tudo e ainda eram 5 da tarde. Com 3 horas de luz do dia ainda, resolvemos fazer outro passeio. Fizemos o roteiro que o livro que eu havia pegado sobre a Scottish Highlands sugeria que fizéssemos, mas que ignoramos, que é dirigir pelo lado leste do Lago Ness, que tem vista bem mais bonita. Começamos passando por uma vila chamada Dores, 15 minutos de Inverness, onde tem uma "praia", de pedrinhas. A vista realmente é bem mais bonita, mas estava ventando bastante. Fomos caminhando por uma trilha entre a praia e um campo bem grande, bonito e verde, cheio de ovelhas. A paisagem era bem bucólica e tranquila. Vimos um senhor assando salsisha numa fogueira feita atrás de uns arbustos pra se esconder do vento, com duas menininhas, nem aí pro frio e de camiseta brincando num balanço de árvore. Vimos pessoas com cachorros, que estavam nadando no lago, também nem aí pro frio. Vendo isso entendemos porque a garçonete na hora do almoço falou que o dia estava bonito, enquanto que para nós era um dia feio e nublado. Pra falar a verdade, bem nessa hora do dia saiu um pouco de sol. Continuamos dirigindo até uma vila chamada Foyers, e lá fizemos uma curta trilha até uma cachoeira, no meio de um penhaso de pedras e árvores. Era tudo tão bonito e tão tranquilo, que eu passei a gostar do Lago Ness. Jantamos no restaurante de um B&B bem isolado, perto da cachoeira, e eu queria ter ficado uns dias ali lendo, relaxando, fazendo caminhadas por aquelas paisagens lindas, vivendo a vida!

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Cidade de Inverness
Eu no Lago Ness
Campo na frente do Lago Ness
Cachoeira de Foyers
Paisagem verde bonita em Foyers


Mas nada que é bom dura, e nossa viagem acabou. Acordamos às 4:30 da manhã no de terça-feira pra pegar o vôo pra Londres as 6:30, e fui direto pro trabalho.
Eu simplesmente adoro a Escócia. Gosto de tudo que é Escocês: a comida, a cultura, as roupas, a música, a paisagem, tudo. Me identifico muito com o país e é um lugar que eu pretendo voltar sempre que eu tive oportunidade!

http://www.youtube.com/watch?v=EIn3-2IAp9k&feature=youtube_gdata

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Sunday 4 May 2014

Escócia–Highlands II

No dia seguinte acordamos cedo e após o café da manhã seguimos viagem em direção ao norte, para um lugar chamado Fort William. Esta cidade é das maiores da região, mas não tem nada de interessante. Como tudo nesta área do país, o que conta são as paisagens ao redor das cidades. Ali perto fica a maior montanha do Reino Unido, chamada Ben Nevis. Fomos até o centro de informação pra ver como chegar até esta montanha, ou vê-la. A senhora foi bem gentil e nos passou um ponto de vista, além de outros lugares ali perto que pudéssemos visitar. O tempo estava absolutamente ABOMINÁVEL neste dia, com muita chuva e nuvens quase até o chão (exagero, mas era o que parecia). O resultado é que não vimos nada de montanha nenhuma no tal ponto de vista ou em lugar nenhum, pois estava tudo coberto por nuvens.

Dirigimos então até um lugar chamado Glenfinnan, que tem também paisagens bonitas e foi onde filmaram a ponte por onde passa o Hogwarts Express, do filme do Harry Potter. Eu sempre me empolgo com coisas do Harry Potter e sugeri visitarmos o lugar. No centro de informação nos deram um mapinha com duas opções de trilha para termos uma vista do trilho do trem tipo a do filme, e escolhemos fazer a mais curta. Entretanto nos enganamos, e acabamos fazendo a mais comprida. Quer dizer, eu fiz. Quando eu fiz a minha mala pra viagem, eu levei bota de caminhada (trekking boot), que são boas pra fazer caminhadas na montanha e são à prova d´água, e também meu casaco quente impermeável, além da minha sombrinha. Adivinha se algum dos meus amigos tinha qualquer coisa disso? É claro que não, estavam os 2 de tênis de tecido tipo All Star, e um deles não tinha nem um casaco quente impermeável! Estavam ambos dividindo uma sombrinha minúscula. Ficaram os 2 na chuva enquanto eu fiz a caminhada. Não quis nem saber se tiveram que me esperar. Tive que esperar por eles a manhã inteira de sábado, agora foi a vez deles me esperarem. A trilha não foi muito fácil na chuva, e fui bem devagar, pois o caminho era por pedras, e como estavam molhadas podiam ser escorregadias. A caminhada ia subindo um morro, e a trilha subia e descia, e claro que de um lado era penhasco, então fui bem cuidadosa. Estava eu sozinha na trilha, na chuva, ninguém por perto, comecei a pensar em desistir, mas logo vieram um casal e um adolescente na direção contrária, e eu perguntei pra eles se faltava muito pra chegar no ponto de vista do trilho do trem e se era bonito. Eles falaram que eu estava chegando e que era pra continuar que valia a pena. Bem nessa hora começou a tocar meu telefone, que tem o ringtone do filme do Harry Potter. Eles começaram a rir com a coincidência. Foi engraçado.
Insisti e acabei chegamondo no ponto de vista do viaduto por onde passa o trem. Foi bem legal a aventura, mas não fiquei muito lá por causa da chuva. Este trem faz uma viagem entre Fort William e Mallaig, e foi votado por diversas vezes a viagem de trem com a paisagem mais bonita do mundo. Um dia eu até gostaria de voltar e fazer tal viagem.
A paisagem dessa trilha é maravilhosa, com montanhas ao redor de um lago. Mesmo com chuva era bonita, com sol então deve ser de outro mundo!
No caminho de volta ao carro nós vimos duas vassouras do estilo Harry Potter encostadas numa parede. Não deu outra e batemos fotos pulando com a vassoura, que ficaram engraçadíssimas, pois parecia que a gente estava voando de vassoura.

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Viaduto do trem do filme do Harry Potter
Eu e Jinny voando nas vassouras


Continuamos viagem, desta vez em direção até uma das ilhas escocesas chamada Skye. A viagem foi bem cansativa, mais de 3 horas. Paramos pra almoçar num pub num lugar no meio do nada, bem remoto, e depois fomos fazer um giro (digo giro porque a estrada era circular) pela parte norte desta ilha, que duraria mais de 2 horas. Foi bastante tempo dentro do carro, e eu não estava confortável, pois o meu amigo não sabe dirigir de acordo com as condições. Apesar da chuva e da estrada muitas vezes ser pequena demais pra 2 carros passarem em duas mãos, ele fazia questão de dirigir a 100Km/h. Nem preciso dizer que NUNCA mais saio de carro com ele pois passei muito medo.
Uma das paisagens que gostaríamos de ter visto chama-se The Storr, que é uma montanha que no tipo tem vista pro mar e um lago, e umas formações interessantes. Do estacionamento até lá em cima eram mais ou menos 40 minutos de caminhada, mas com a chuva estava tudo enlameado, e o vento não estava ajudando. Caminhamos por cerca de 20 minutos morro acima e os meus amigos desistiram, obviamente por não estarem com o equipamento adequado, e desta vez resolvi não ir sozinha, pois as nuvens estavam encobrindo o todo da montanha, então resolvi voltar com eles pro carro e seguir viagem. Paramos em mais 1 ou 2 lugares pra bater fotos e pegamos uma rua rural que passava pelas montanhas. Foi uma das vezes que mais fiquei com medo, pois a visibilidade estava horrível, a estrada tinha uma faixa só, e carros iam nas duas direções. Como a estrada estava vazia o meu amigo ia bem mais rápido do que qualquer pessoas sã e normal iria em tais condições, então não aproveitei tanto quanto eu gostaria. Bem em cima da montanha estava cheio de carros e tinha inclusive polícia, ambulância e cachorros farejadores. Com certeza alguém que se perdeu fazendo trilha. Espero que tenha sido final feliz.

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Na trilha a caminho do Man of Storr (que não completamos)
Paisagem pela Iha de Skye
Cidadezinha de Uig
Ambiente inóspito e perigoso com o tempo ruim


Fomos até uma cidadezinha bem na ponta da ilha, chamada Uig, que não tem nada de interessante, e voltamos até a principal cidade da ilha, que chama-se Portree. A cidadezinha tem um certo charme, principalmente o porto, com casinhas coloridas no estilo nórdico. Comi um fish and chips num restaurante ali no porto e foi o peixe mais fresco que comi aqui no Reino Unido. Estava muito bom.
Foi mais uma hora de viagem até o hotel, que ficava na Ilha de Skye mesmo, e não era nada bom, mas como foi por uma noite só não foi o fim do mundo.
O tempo faz muita diferença neste tipo de viagem, mas paisagem era tão bonita que mesmo assim conseguimos aproveitar um pouco.

Saturday 3 May 2014

Escócia–Highlands

No fim de semana do primeiro feriado de maio, apesar de eu ter recém voltado de viagem ao Canadá e estar ainda cansada e sofrendo com a diferença de fuso-horário, eu já havia comprado passagem pra Escócia, então eu fui mais pra não perder o dinheiro do que por vontade. Não saiu tudo como planejado, mas vou tentar não reclamar demais ao relatar a viagem e vou focar nas coisas boas.
O lugar escolhido foi a Scottish Highlands (não sei em português, mas em tradução livre: Alta Escócia).
Fiz a viagem com um casal de amigos, o que foi bom pela companhia, mas teve coisa irritante. Pra começar havíamos combinar de voar sexta-feira de noite depois do trabalho e voltar terça de manhã cedo, sendo o feriado segunda-feira. Então eu comprei as passagens pros tais vôos. Acaba que os 2, porque queriam passagem com milhas (não é como se não tivessem dinheiro pra pagar a passagem) e porque demoraram a marcar, acabaram voando só no sábado de manhã. Acabou que perdemos meio-dia de sábado, que estava um dia bem bonito, pois o vôo deles atrasou e até eles pegarem o carro alugado demorou e só saímos de Aberdeen, cidade no nordeste da Escócia perto do meio-dia.
Fomos em direção ao sul, pela reserva florestal The Cairgorms. A paisagem era tranquila, com bastante verde e ovelhas, até lembrou um pouco a Nova Zelândia. A primavera é a época em que nascem as ovelhinhas, então os campos estavam cheios dela, muito lindinhas!

Fomos até a cidade de Pitlochy, que é uma das maiorzinhas da área. Nesta parte da Escócia não tem quase cidades, a maioria do que vemos são pequenas vilas. Esta cidade era pequena, mas havia certa infra-estrutura, então almoçamos lá. Achamos um pub, onde eu comi uma sopa e um sanduíche. A cidade em si não tem atrativo turístico praticamente, mas vimos que havia uma represa com a tal de "escada pra salmão". Ficamos curiosos pra ver o que era, e descobrimos que para possibilitar que o salmão reproduza, foram construídos uns degraus gigantes numa represa, cheios de água com corrente artificial, pra ajudar o peixe a subir até a represa. Foi interessante, mas não particularmente bonito.

Passamos por um lago chamado Tai, onde paramos pra bater foto de uma praiazinha, mas como estava ventando muito logo fomos embora. A próxima parada foram em Dochart Falls, uma queda de água (não dá pra chamar de cataratas).

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Ovelhinhas nos campos escoceses
Paisagem das Highlands
Eu e Jinny nas Highlands
Falls of Dochart


Seguimos viagem e chegamos na rodovia principal, a A82, que liga o sul da Escócia até a região das Highlands. Esta rodovia tem uma paisagem maravilhosa! Logo começam a aparecer montanhas e vales dos 2 lados da estrada. Muitas montanhas ainda com neve no topo, apesar de já ser primavera. Os vales não têm vegetação, são completamente inóspitos, mas de uma beleza espetacular! Era de parar a cada 5 minutos pra admirar e bater fotos. A cada curva era um lago e montanhas de tirar o fôlego. Fomos seguindo viagem até a área chamada Glen Coe, que foi onde hos hospedamos. Nosso hotel ficava perto de um dos Lochs (lago), o Loch Neven, e nosso quarto tinha vista espetacular pro lago. Infelizmente começou a chover, e por isso nosso passeio ao redor do lago foi mais curto do que esperávamos, mas foi bom relaxar no quarto admirando a vista, tomando um vinhozinho que eu havia comprado, e ouvindo música escocesa.

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As 3 primeiras fotos são da paisagem durante a viagem
A última foto eu tirei do quarto do nosso hotel, de manhã cedo

Este foi nosso primeiro dia de viagem e o que vimos já fez a viagem valer a pena.
http://www.youtube.com/watch?v=TkIWcf9Z3BA&feature=youtube_gdata