Monday 31 August 2015

Sarajevo, Bósnia – Dias II e III

A cidade de Sarajevo não é muito grande, sendo facilmente explorada em 1 dia. Fatos interessantes:

  • Tem cerca de 350 mil habitantes
  • Em 1984 sediou os jogos olímpicos de inverno
  • Em um raio de poucos quilômetros encontra-se mesquitas, ingrejas católicas, ortodoxas e sinagogas
  • É o segundo país mais pobre da Europa, com alto índice de corrpução entre as autoridades
  • As cidades em melhor condição são aquelas onde o turismo leva dinheiro
  • A parte nova de Sarajevo é uma das que mais está crescendo na Europa, com vários prédios novos sendo construídos
  • Sarajevo em vários shoppings bem modernos, coisa a qual até os habitantes fazem piada, pois a cidade nem é tão grande pra ter tanto shopping
  • A primeira guerra mundial começou com o assassinato do imperador da Austria, que ocorreu numa ponte no centro de Sarajevo

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Em cima: Mesquita de Gazi Husrev
Eu e André passeando por Sarajevo
Embaixo: Escola de Gazi Husrev
Marcas de bala numa casa
Praça com a igreja ortodoxa

Nos hospedamos num hotel bem no old town da cidade, chamado Hotel Old Town. O hotel não é grande coisa, mas a localização é fantástica, pois significa que é muito fácil ficar indo e voltando entre as caminhadas pela cidade.
A cidade é interessante, com suas mesquitas antigas, as ruazinhas de pedra cheia de lojinhas vendendo souvenirs, metais, tapetes persa, roupas, doces turcos (comemos bastante baklava) e tem também vários cafés e restaurantes.

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Mesquita do imperador
Prédio da biblioteca
Casa interessante em Sarajevo
Restaurante Dveri
Placa proibindo armas. Será que caso contrário as pessoas andariam armadas?

Visitamos a escola de ensinos islâmicos de Gazi Husrev Beg, que governou a Bósnia lá pelos 1500. Ele ficou famoso por ter construído várias estruturas pro desenvolvimento de Sarajevo, como a mesquita e a escola e as instruções que ele deixou para o funcionamento de ambos no futuro ainda são seguidas pelo que eu entendi.

Caminhamos também até um forte num morro atrás da cidade pra ver a vista e lá de cima em um mini canhão de onde eles atiram todos os dias durante o ramadã, indicando a hora de quebrar o jejum. A vista de lá de cima é bonita.

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Vista da cidade de Sarajevo
Loja vendendo tapetes persas

A comida é boa até, eu me enchi de burek, que é uma massa salgada com recheios a escolher: espinafre com queijo, carne ou batata. Eu acho tão gostoso que eu almocei aquilo todos os dias por ser algo pequeno e gostoso. Almoço e janta em restaurante sai caro (apesar de lá ser super barato pros padrões de Londres) e acabamos comendo demais, então eu comia só aquilo de almoço pra jantar algo com mais substância. Achamos um restaurante chamado Dveri que era bem gostoso com uma decoração bem legal.

Grande parte dos prédios destruídos foi renovado, entretanto ainda é possível ver marcas de bala e prédios destruído em várias partes da cidade, como em Mostar.

Entramos numa mesquita muito bonita chamada Mesquita do Imperador. Como eu resolvi entrar eu tive que seguir a regra, que dizia que eu deveria me cobrir, como aparece no vídeo. Agora eu nunca visitaria países como a Arábia Saudita onde mulher tem que se vestir sempre assim e é extremamente desrespeitada. Não quero ter nada a ver com culturas de desrespeito, quero longe de mim!

Terminamos o passeio visitando um memorial para crianças e jovens que morreram na guerra, onde tinha o nome e data de nascimento e morte de cada um. Enquanto eu estava no Brasil estudando aqueles jovens da mesma idade que eu morreram. Faz a gente apreciar a vida e a sorte de ter nascido e vivido num lugar sem guerras.

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Janta na última noite da viagem

Vídeo de Sarajevo

https://www.youtube.com/watch?v=GThQv2yyKIo&feature=youtube_gdata

Sunday 30 August 2015

Sarajevo, Bósnia–Dia I

Neste post vou falar de tudo o que vimos sobre a guerra e no seguinte falo dos passeios pela cidade de Sarajevo, apesar de termos feito essas coisas de forma intercalada durante nossa estadia.

Sarajevo.... o que posso dizer dessa cidade? A cidade é relativamente pequena, cerca de 350 mil pessoas. É uma cidade que por muito tempo viveu em paz com crenças diferentes. Num raio de poucos kilômetros acha-se mesquitas, igrejas católicas, ortodoxas e sinagogas. Todo dia tem o call of prayer e também toca o sino da catedral. Realmente um exemplo de tolerância... bom... nem sempre... infelizmente tem uma história extremamente trágica de intolerância que até hoje mancha a cidade.
Alguns grupos cristãos e alguns grupos muçulmanos se odeiam. Tanto, mas tanto, que cometeram crimes horríveis uns contra os outros. A cidade de Sarajevo ficou 4 anos cercada pelos sérvios (a história da guerra é extremamente complicada, com vários grupos envolvidos, cada um querendo um pedaço do bolo. O melhor é pesquisar sobre esse assunto quem quer saber exatamente o que motivou a guerra e quais os grupos envolvidos). Os sérvios estavam usando território como desculpa pra guerra, mas na real isso era um fator pequeno: eles queriam exterminar os muçulmanos. Isto é um fato, independente do que muitos possam falar. Nós visitamos a galeria do massacre de Srebrenica, onde mais de 8000 homens foram executados pelas forças sérvias. Eram civis que foram separados das suas famílias que estavam tentando fugir da guerra. Essa cidade de Srebrenica estava sobre proteção das Nações Unidas (UN) na época, entretanto a UN subestimou de forma absurda a seriedade do que estava acontecendo, e o resultado foi o genocídeo dessas pessoas, que foram colocadas em ônibus e levadas pra certas vilas onde foram executadas. Isso lembra algo que aconteceu no passado? 2 guerra e o genocídio dos judeus!!! Incrível como a história se repete de tempos em tempos. Pra mim a única utilidade prática da história é aprender com os erros do passado e nem isso o ser humamo é capaz de fazer!! Essa exibição do que aconteceu em Srebrenica mostra bem a diferença entre o lado humano da guerra (as pessoas sendo torturadas e executadas, separadas de suas familias pra sempre) e o lado onde cada um é uma estatística, com fotos dos líderes de governo de diversos países embaixo de uma tenda falando no celular num dos lugares onde as execuções aconteceram simplesmente falando em números e se achando importantes demais. Um líder que só recebeu críticas e não ganhou reconhecimento nenhum foi o Bill Clinton. Foi os Estados Unidos quem conseguiram acabar com a guerra. Eu achei a posição deles louvável realmente. Primeiro eles não quiseram se envolver pois era uma guerra civil, então quem teria que resolver a situação seria o governo da Iugoslávia. Entretanto a situação foi se deteriorando a ponto de que eles resolveram intervir e conseguiram acabar com a guerra, porque a UN realmente não estava dando conta, sabe-se lá porque. Quando eu era intercambista nos Estados Unidos, na minha aula de inglês tinham 2 meninas e um menino de Sarajevo, todo refugiados da guerra. Fiquei até curiosa pra saber o que andam fazendo hoje em dia, mas perdi contato.
A exibição do genocídio de Srebrenica é a atração turística mais interessante na minha opinião, pois assim se aprende os fatos do que aconteceu lá, ao invés de ter a visão de quem só vê as coisas de longe e se acha em posição de ser o dono ou dona da verdade.

Visitamos também o Tunnel of Hope, ou o Túnel da Esperança, que foi construído pelo povo de Sarajevo como forma de conseguir que comida e mantimentos chegassem até a cidade. Os sérvios simplesmente cercaram a cidade inteira e estavam atirando pra matar todos os habitantes da cidade, e não deixavam ninguém entrar ou sair, pois queriam que todos morressem de fome. A nações unidas conseguiram negociar com os sérvios e tomaram o aeroporto, que foi o que permitiu que alguns habitantes conseguissem escapar de Sarajevo. O túnel inclusive passava por debaixo do aeroporto. Em troca, as nações unidas teriam que ficar neutros durante a guerra, entretanto eu achei essa neutralidade meio estranha, pois durante a noite, se eles vissem alguém tentando cruzar a área do aeroporto pra chegar até as montanhas, região controlada pelo exército Croata e portanto uma área segura, eles acendiam as luzes para os soldados sérvios verem e atirarem nas pessoas, o que não me parece imparcialidade.

Na internet tem um mapa interessante que mostra como a cidade estava cercada. Essa parte preta que eu circulei fica bem dentro da cidade de Sarajevo e ficou conhecida como Sniper Alley, ou a Rua dos atiradores de elite, em tradução livre.

Essa parte da cidade estava cheia de atiratores sérvios, que ficavam nos prédios atirando em qualquer pessoa que passasse pelas largas avenidas na frente deles. O problema é que as pessoas tinham que passar ali pra conseguir água, comida, ir trabalhar ou ir pra escola, pois é uma área que liga o centro da cidade aos subúrbios.

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Sniper Alley

Muitas pessoas foram mortas ali. As pessoas que ali passavam pra seguir a vida acabavam na real arriscando morrer. Elas passavam ou correndo com os tiros vindo em sua direção, ou esperavam um veículo das nações unidas com soldados pra cruzarem com eles, usando o carro como escudo. No filme que assistimos na exibição de Srebrenica mostra adolescentes correndo essa rua pra chegar na escola. Se não me engano é perto da entrada pra Grbavica.

Hoje em dia as coisas estão mais calmas do que naquela época, mas existe muito ódio e sentimento de vingança entre muitos deles. Espero que não venham a tona e iniciem nova guerra, mas pesquisando na internet acha-se muitos blogs de sérvios falando mal de muçulmanos e vice-versa.

Sabem o que é pior na minha opinião? Que os líderes maiores responsáveis pela matança não foram punidos. Um morreu ainda em julgamento e o outro está vivo mas não pode ter uma punição porque o tribunal de Hague não consegue chegar num consenso sobre o termo pra definir que aconteceu, isso porque a Sérvia pressionou a comparsa Rússia pra votar contra o termo Genocídio, apesar de claramente ter sido isso o que aconteceu. Como sempre política suja, troca de favores e corrupção mandam no mundo. O próximo post será de turismo e sem tragédia.

Saturday 29 August 2015

Mostar, Bósnia

Como só tínhamos um dia em Mostar acordamos cedo pra aproveitar o máximo possível. A cidade de Mostar foi a mais afetada na guerra da ex Iugoslávia. É uma cidade bem pequena e tem muita coisa que não foi reconstruída/renovada depois da guerra. Eu com certeza não sou a melhor pessoa pra explicar sobre a guerra, mas algumas coisas que eu aprendi eu vou colocar no texto, quem tiver interesse que procure detalhes na internet.
Mostar tem uma ponte muito famosa que separa o lado leste do lado oeste da cidade. O lado leste é o lado dos muçulmanos e o oeste dos cristãos. Essa ponte era muito antiga e um símbolo da cidade, tendo estado lá por mais de 400 anos. Durante a guerra os croatas simplesmente a destruíram, junto com o lado leste da cidade, que ficou em cacos.
A ponte foi reconstruída depois da guerra com ajuda internacional (inclusive parte das pedras que formam a ponte reconstruída foram pegas de dentro do rio. Pelo jeito na construção original o material que não foi usado acabou sendo descartado dentro do rio) e continua sendo o símbolo da cidade, que agora atrai bastante turistas e salva a economia local.
A parte leste da cidade ainda tem muita casa em ruínas, que não foram reconstruídas. Qualquer lugar onde se anda por lá consegue-se ver alguma casa com marca de tiros ou abandonada.
O nosso passeio começou pela ponte velha (Stari Most). Como era cedo não haviam ainda tantos turistas e conseguimos ver um dos membros do "clube de mergulho" da ponte pular lá de cima dentro do rio. Durante o dia, principalmente quando tem bastante turista perto, algum dos membros do clube sobe no parapeito da ponte e fica lá sentado. Todo mundo se empolga e fica olhando com as câmeras prontas pra bater foto ou filmar. Eles sabem disso e propositalmente fazem poses como se fossem pular, mas nada acontece. Aí passa um outro deles recolhendo dinheiro dos turistas, enquanto outro toma o lugar do cara que vai mergulhar. A cena toda demora mais de 30min, até o cara finalmente mergulha lá de cima. Na margem leste do rio, quando estávamos almoçando nós vimos vários rapazes escalando uma plataforma de madeira e pulando no rio, que é onde eles treinam pra fazer parte do tal clube. Parece que qualquer um pode saltar, desde que pague uma taxa de 30 euros pro clube e faça uma aula de como saltar lá de cima.
Bom, saímos da ponte e caminhamos pela margem leste pelo mercado antigo, onde existem várias lojinhas de souvenirs, incluindo lojas de artesanato local, onde compramos algumas lembrancinhas. Segundo lemos  no guia, algumas das coisas que eles vendem nesse mercado são artes antigas ainda passada de pai pra filho, mas é difícil saber quais são tais lojas com tanta barraca de souvenir por lá.
Fomos caminhando até uma outra ponte que fica perto da estação de ônibus, que já não faz parte do old town. Lá pode-se ver alguns prédios construídos durante o império austro-húngaro, pois têm o estilo dos prédios em Vienna, mas em escala bem menor. Inclusive um dos prédios nesse estilo era uma piscina pública, sendo que o governo italiano deu dinheiro para restaurar depois da guerra. Infelizmente o prédio agora está abandonado.

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Ponte de Mostar
Homem se preparando pra pular da ponte
André atravessando a ponte de leste pra oeste
Vista bonita do rio e da cidade
Old town com as lojinhas

Cruzando a ponte caminhamos pela margem oeste de volta até o old town, e não tem nada de interessante pra turistas nesse lado. Chegando no old town vimos uma parte bem legal que desce pra uma área na beira do rio, com vista legal pra ponte antiga. Nessa área existem vários restaurantes bem calminhos na margem do rio.
Devo confessar que neste dia estava um calor dos infernos, foram 38 graus! Não importa onde estivéssemos estava MUITO calor. Nos sentamos num lugar pra almoçar desses restaurantes mais quietos e ficamos mais de 1 hora ali tentando fugir do sol extremamente forte. Depois do almoço visitamos uma galeria de fotos de um Neozelandês que foi fotografar a guerra. As fotos realmente nos deixam ver as circunstâncias das pessoas durante a guerra, com suas casas destruídas, muitas vezes isoladas e sem água ou comida.
Resolvemos então voltar pro hotel, pois já havíamos visto tudo o que queríamos ver na cidade e nosso plano era pular na piscina pra aliviar o calor. Chegamos no hotel e o ar condicionado da recepção foi tão bem vindo que mudamos de plano e resolvemos ir mais cedo pra Sarajevo. Pra não ter que repetir as condições de viagem do dia anterior nós marcamos o transfer do hotel, que custou 50 euros mas valeu a pena, pois a viagem foi super confortável, o motorista era muito legal e foi nos contando sobre a cidade de Mostar e as coisas interessantes que tem pra ver ali por perto. A paisagem da viagem é linda!

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Old Town de Mostar
Ponte temporária depois que a original foi destruída
Casa com marcas da guerra
Paisagem da viagem até Sarajevo

O rio de águas verdes cristalinas com as montanhas verdes no fundo fazem a viagem valer muito a pena! Tem um trem que sai de Mostar e vai até Sarajevo que passa por esse mesmo trajeto (ou bem parecido), só que esse trem só sai às 7 da manhã ou às 7 da noite. De manhã não teríamos como ver nada de Mostar, e às 7 já seria escuro e de noite não veríamos a paisagem. Mas se eu pudesse planejar a viagem de novo eu teria ficado mais uma noite em Mostar e teria pego o trem pra ir cedo no dia seguinte, não porque não gostei da viagem de carro, mas porque acabamos ficando tempo demais em Sarajevo.
Nosso motorista explicou que muitos árabes têm comprado terras na Bósnia, pois eles gostam da natureza, dizendo que no país deles só tem deserto e eles ficam maravilhados de ver o verde e o rio. A água na Bósnia é muito limpa e o ar da montanha é fresco, pois não existem indústrias ali perto. É um dos poucos lugares ainda não poluídos pelo bicho homem...
Conversando com o motorista (que por incrível que pareça não falava inglês, então a opção era russo, o idioma deles, ou alemão. Adivinha qual eu escolhi :) Foi ótimo poder praticar alemão de novo por tanto tempo!) ele me falou a mesma coisa que a moça da recepção do hotel, enquanto eu esperava o transfer chegar: A Bósnia está numa situação muito difícil, sem emprego e sem investimento, e a corrupção dos políticos e das pessoas no poder é imensa. Me lembrou bastante o Brasil pra ser sincera. A classe política de certos países não tem a menor preocupação com o povo ou com o crescimento do país, sabendo somente viver de troca de favores e cargos e poder. E a sociedade como um todo é extremamente invejosa de quem está se dando bem pelo seu próprio esforço, tanto que o motorisa teve que fechar o negócio dele que estava indo bem depois de uma multa gigantesca aplicada por um fiscal corrupto por ele não querer ser corrompido.
Chegamos em Sarajevo eram cerca de 7 da noite. Uma coisa que eu percebi é que o limite de velocidade em toda e qualquer estrada em Montenegro, Croácia e Bósnia é muito baixo. Não vi uma rodovia que tivesse limite maior do que 70km/h.

Vídeo de Mostar:

https://www.youtube.com/watch?v=xDBqPrk2MF0&feature=youtube_gdata

Friday 28 August 2015

Viagem de Montenegro à Bósnia

Este foi nosso último dia em Montenegro. Eu estava triste de ir embora, queria ter ficado mais naquela paraíso calmo de águas tranquilas com vista pra montanha, onde eu ficava de biquini o dia inteiro deitada no sol ou nadando no mar ou piscina. Aproveitei isso o máximo que consegui, ficamos nessa até as 11 da manhã e aí fomos arrumar as malas pra ir embora. Na volta nós resolvemos pegar o barco ao invés de dirigir pela baía toda como havíamos feito na vinda.

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Igreja no centrinho de Prcanj

Passamos pelo centrinho da vila de Prcanj, que eu recomendo que todos conhecam, pois é uma vila muito charmosa, e fomos até a vila de Lepetane de onde tem uma ferry até o outro lado da baía a cada 15 minutos. Cruzar a baía demora cerca de 10 minutos e logo estávamos a caminho de Dubrovnik pra devolver o carro. Nós tínhamos que estar na estação de ônibus de Dubrovnik às 3:45, pra pegar o ônibus pra Mostar às 4 da tarde. Estávamos na ferry ao meio-dia, então tínhamos quase 4 horas pra fazer isso, o que era tempo suficiente e planejamos até passear por Dubrovnik de novo um pouco.
Só que aí começou o pesadelo e nos mostrou que estávamos enganados... A fila pra imigração da Croácia estava um absurdo de grande. Se falei que na vinda pra Montenegro não pegamos fila, fomos negativamente compensados na saída. Ficamos mais de 1:30 naquela fila infernal. Graças a Deus o carro tinha ar condicionado, pois estava MUITO quente na rua.
Chegamos em Dubrovnik e até achar o lugar pra devolver o carro, pegar um táxi e chegar na estação de ônibus já eram 3:45. Só que não havíamos almoçado nada e a viagem até Mostar iria demorar, então o André foi correndo num supermercado do lado da estação comprar comida pra gente, enquanto eu confirmava de onde sairia o ônibus. Fiquei sabendo então que deveria pagar extra pra reservar assento (o que não era opcional) e pagar uma taxa extra na moeda local, a qual nós não tínhamos nem um centavo e que não aceitavam cartão. Montenegro usa euros, e a Bósnia usa outra moeda, então não queríamos pegar dinheiro da Croácia pois estávamos ali só de passagem, mas ou era isso ou não viajávamos. Tentei dirar dinheiro com meu cartão do banco na estação de ônibus, mas a máquina maldita iria cobrar £10 da minha conta e eu me recusei. No fim eu achei £5 na minha carteira e troquei pra moeda local, o que deu pra pagar a reserva de assento e mais a taxa pra colocar a mala no ônibus, coisas que não estávamos contando que teríamos que pagar. Por que não cobram tudo junto com a passagem?? Coisa de país pouco desenvolvido mesmo.
Bom, conseguimos terminar tudo isso pras 4 da tarde, que é quando o ônibus sairia. Só que chegou 4 da tarde e nada do ônibus aparecer. 4:10 e nada, 4:20 e nada, 4:30 e nada. O ônibus só apareceu as 4:45 e aí foi a maior confusão, todo mundo correndo pro ônibus e tentando colocar mala no bagageiro. Sei que o ônibus saiu com 1 hora de atraso.
Por que pegamos ônibus pra ir pra Bósnia ao invés de dirigir? Boa pergunta. A resposta é que 99% das empresas de aluguel de carro não permite que se leve carro até a Bósnia, e eu não sei o motivo. Só achamos a Herz que permitia isso a um custo extra de £150, o que é um abuso. Só que eu acabei me arrependendo porque a viagem de ônibus foi um inferno. Era super desconfortável e demoramos mais de 4 horas pra chegar em Mostar!
Por causa do jeito que os países foram divididos depois da guerra, pra viajar de Dubrovnik até Split, ambos na Croácia, vc precisa sair da Croácia e entrar na Bósnia e depois sair da Bósnia e entrar na Croácia de novo. A estrada que vai de Dubrovnik até Mostar tem que fazer trajeto parecido (sem passar por Split), então o resultado foi que tivemos que pegar fila e passar por imigração mais 3 vezes naquele mesmo dia! Foi um inferno que eu não quero repetir nunca mais! Inclusive pra entrar na Bósnia pela segunda vez eles recolhem os passaportes de todos no ônibus e ficamos lá um tempão esperando sem saber o que estava acontecendo. Depois de um tempo volta um cara com os passaportes e começa a chamar o nome de um por um pra ir lá pegar o passaporte, como aluno recebendo o boletim no colégio nos tempos de antes da internet.
Sei que chegamos em Mostar já era de noite. O ônibus parou na estação de ônibus e de lá pegamos um táxi até nosso hotel. O taxista desgraçado querendo nos enganar queria dar a maior volta na cidade e nós com o GPS falando pra ele que o caminho estava errado e mostrando no mapa.
A nossa recompensa pelo dia tão desagradável foi que nosso hotel era MUITO legal. Era novo, moderno, limpo, e no check-in falaram que tinha piscina, que eu nem lembrava de ter visto quando marquei. Assim que largamos as coisas no quarto fomos direto pra piscina nos refrescar e relaxar. Nem jantamos fomos direto dormir pra descansar da viagem.

Thursday 27 August 2015

Montenegro – Dia II

No segundo dia, empolgados com o sucesso do primeiro dia, pesquisamos praias na península de Luštica, que fica atrás da baía de Kotor e é muito procurada pelos turistas. Acabei escolhendo a praia de Oblatno, que tem também um beach club. Chegamos super cedo e conseguimos estacionar sem problemas. Na mini praia só tinha famílias com crianças pequenas e era de areia ao invés de pedra (talvez o motivo de ser famosa), mas era aquela areia escura que mais parece barro. Sinceramente não achamos grande coisa. O beach club era do lado, mas não estávamos afim de ir pra lá, então ficamos sentados na areia um tempo e eu caminhei até o fim do pier que tinha na frente do beach club e tinha vista bonita pra praia. A água era bem clarinha e convidativa pra um mergulho, entretanto estava muito gelada e assim que eu voltei pra onde estávamos o André e nossas coisas não estavam mais lá. Ele tinha mudade de lugar e me falou que os caras do beach club vieram dizer que não podíamos ficar onde estávamos sentados porque aquela área era reservada pro beach club. Como já falei, aqui na Europa o dinheiro compra espaço público de forma muito fácil, o que eu acho absurdo! Já não estávamos gostando muito da praia, depois dessa resolvemos ir embora. Fomos de volta pro nosso hotel e foi a melhor coisa que fizemos, pois o hotel tem piscina, praia (sim, reservada....) e uma vista maravilhosa pra baía e pras montanhas altas que a circundam. Ficamos o dia inteiro alternando entre nadar naquela água maravilhosa e pegar sol (eu fiz isso, o André fugiu do sol).

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Na praia de Oblatno, com a água bonita mas a praia feia
Na praia do nosso hotel, depois de um mergulho

Lá pelas 5 da tarde saímos pra tomar um banho e conhecer a cidade de Kotor.
Essa cidade, como as demais, tem um muro que a circunda, e é formada por vários prédios super antigos. A diferença é que em Kotor esse muro é muito grande e parte dele foi construído na monhanha que fica atrás da cidade, sendo que em cima tem uma fortaleza. Uma das atrações da cidade é subir até essa fortaleza. Acho que essa foi a subida mais cansativa que nós já fizemos: foram mais de 1300 degraus até lá em cima! A vista lá de cima é bem bonita e assistimos o pôr-do-sol de lá como havíamos planejado.
Como era de se esperar a descida foi bem mais fácil e então caminhamos com as pernas bambas pela cidade pra conhecer melhor o que ela tem a oferecer. Essa cidade tem história muito antiga, com vários povos a tendo conquistado ao longo dos anos, inclusive Veneza. O resultado é que na arquitetura dela pode-se ver elementos de vários desses povos.
A nossa recompensa pela subida difícil foi um jantar absolutamente delicioso no restaurante Bastion, que fica num cantinho da cidade, numa mini-praça do lado de uma das igrejas. O ambiente exterior é super tranquilo e comemos peixe e camarão frescos. Sendo mais espefícica eu comi atum com molho de camarão. O filet de atum tava bom até, mas o camarão deve ter sido dos melhores que eu já comi da minha vida! Fico com água na boca só de lembrar de como era gostoso!
A cidade de Kotor é legalzinha, mas como Budva, não dá pra comparar com Dubrovnik.

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Um dos cantinhos da cidade de Kotor
Cidade vista da subida até a fortaleza

Gostamos muito de visitar a baía de Kotor e consideramos voltar no futuro, pois é ótimo pra relaxar na praia. O tempo é bom, os preços são bons e a comida também.

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Vídeo de Montenegro:

https://www.youtube.com/watch?v=blJUdzPrIEU&feature=youtube_gdata

Tuesday 25 August 2015

Montenegro – Dia I

Quando visitamos a Croácia no ano passado e eu descobri que Montenegro e Bósnia eram poucas horas de viagem de carro de Dubrovnik, resolvi que gostaria de voltar praquela parte da Europa pra conhecer alguns lugares nestes 2 países. Em junho deste ano eu comecei então a planejar a viagem e resolvemos que a melhor época seria fim de agosto pra aproveitar o feriado do fim de verão aqui na Inglaterra.
Saímos com temperatura de 15 graus em Londres e pousamos em Dubrovnik com temperatura de 33 graus. Nem preciso dizer que estava felicíssima de estar no sol e calor, que perdurou a viagem inteira em todos os lugares que visitamos!
Alugamos um carro no aeroporto de Dubrovnik e dirigimos até Montenegro. Passamos pela alfândega e pela imigração de Montenegro sem problemas e sem filas. A viagem até a Baía de Kotor, lugar onde ficamos, durou cerca de 2 horas, incluindo algumas paradas para fotografia no caminho, pois a paisagem é muito bonita.
É possível pegar uma balsa de um determinado ponto da baía até mais adiante no outro lado pra não ter que contornar a baía inteira, entretanto queríamos ver o máximo possível então resolvemos dirigir o trajeto todo. No caminho até a cidade de Kotor passa-se por varias vilas, algumas charmosas, outras nem tanto. Perast é uma das mais bonitinhas que vimos. Fica bem na beira do mar e vista pra duas ilhas no meio da baía, uma com um monastério e a outra acho que é uma igreja. Várias pessoas vieram oferecer "taxi boats" para visitar as ilhas, mas estava ficando tarde e por isso nos contentamos com fotos à distância das ilhas. Caminhamos a beira-mar pra ver o centrinho da charmosa vila mas não nos demoramos muito.
De Perast seguimos viagem até Kotor, a cidade princial da baía, mas nem paramos pra ver pois já havia anoitecido, seguindo direto ao nosso hotel, que ficava na vila de Prcanj. Nos hospedamos num hotel chamado Splendido e eu simplesmente adorei a localização! Na primeira noite jantamos no hotel mesmo, pois estávamos cansados e com fome e não queríamos sair de novo pra procurar outro restaurante. Foi uma boa escolha pois o restaurante do hotel tem mesas bem na beira do mar e por ficar numa localização tranquila era bem silencioso, só com uma música de fundo leve. A comida estava razoável, o melhor mesmo foi estar naquela mesa com as luzes da cidade de Kotor ao fundo, a baía bem na nossa frente, luz de vela na mesa, tudo perfeito!

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Vila de Perast
Janta na beira da baía de Kotor, no nosso hotel em Prcanj

No dia seguinte nós dirigimos até a riviera de Montenegro, nos arredores da cidade de Budva. Eu havia pesquisado que uma das paisages mais legais era a ilha de Sveti Stefan, que fica 5km da cidade de Budva. Essa era uma ilha de pescadores que ficou abandonada por muitos anos, mas foi comprada por alguém que a transformou num hotel. Agora o acesso a ilha só é permitido para hóspedes do hotel. Demoramos cerca de 1:30 pra chegar lá, mas como saímos cedo eram cerca de 10 da manhã quando chegamos. Ficamos batendo fotos da ilha de cima do morro onde fica a estrada, e como achamos estacionamento (algo que não é fácil) resolvemos descer pra ver a praia que fica na frente da ilha. Achamos um lugar agradável e resolvemos ficar por ali mesmo, afinal o objetivo do dia era pegar praia por pelo menos metade do dia e aquela praia era muito bonita. Como a maioria das praias do Mediterrâneo/Adriático era praia de pedrinhas, mas com o sapato de praia que eu comprei ano passado na Croácia não me importei nem um pouco em caminhar por ali.
Nós resolvemos alugar duas cadeiras com guarda-sol pois era mais confortável do que ficar nas pedras e no sol. Custou 20 euros, o que não é barato, mas era melhor do que ficar no sol forte o dia todo.
Foi um dia fantástico de praia! O mar era limpo e a água refrescante, com vista pra ilha de Sveti Stefan. Do lado da praia tem um mini shopping com super mercado e tudo, e nosso almoço foi um sanduíche de atum delicioso de uma lanchonete do lado do super mercado.

Ficamos na praia até cerca de 5 da tarde e eu até gostaria de ter ficado mais, mas resolvemos sair pra conhecer a cidade de Budva, que é grande se comparada com as vilas e cidadezinhas da área e é onde tem o "agito da balada".
Fomos então conhecer o Old Town de Budva, que devo dizer não foi grande coisa. Assim, não é feio, mas comparado com Dubrovnik não tem tanta coisa interessante. Tem algumas igrejas e também um muro e um forte. A vista do mar de cima do forte é bem bonita.

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Ilha de Sveti Stefan
Ilha de Sveti Stefan e a praia reservada aos hóspedes. A praia do outro lado do pier é onde ficamos.
Caminhando pela fortaleza de Budva
Cidade de Budva


Jantamos num restaurante de frutos do mar na beira-mar de Budva, e a mesa era na areia literalmente do lado do mar, fiquei até com medo de cair dentro d´água uma hora! A comida estava gostosa e a noite agradável, o que fechou o primeiro dia da viagem com chave de ouro!

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Janta na primeira noite, em Budva. Muito agradável.