Monday 17 April 2017

Sen Sebastian e Logrogño (La Rioja)

No domingo de páscoa achamos que iríamos passar trabalho pra achar algum lugar aberto, e achamos também que as ruas estariam desertas. Isso porque em outras viagems na páscoa foi o que aconteceu, e na nossa cidade natal de Floripa é um dia onde ninguém sai de casa, e não ser que se vá na casa de familiares.
Fomos caminhando pelo rio até a ponte Maria Cristina. Os prédios margeando o rio parecem ser bem legais, com árvores seguindo o caminho do rio até o centro antigo. Viramos a esquerda na ponte e caminhamos até a Praia da Concha, passando pelo centro. O centro é super bonitinho, com prédios super charmosos e bastante verde. Uma vez na praia nós percebemos que o dia não estava tão frio quanto o dia anterior, e estávamos com calor com aqueles casacos pesados. Não queríamos passar o dia carregando-os, então voltamos ao hotel pra deixar esse peso lá. Sorte que a caminhada era curta.
Ponte Maria Cristina ao fundo
Catedral Buen Pastor
Hotel de Ville com jardim na frente


Feito isso fomos até a área do centro antigo, onde estava cheio de gente na orla, e inclusive muita gente na praia. Essa praia é considerava das praias de cidade mais bonitas da Europa. Deu pra entender porque, mas depois que saiu o sol. A praia é de areia, a faixa de areia é considerável e a água é cristalina. Não é a praia mais bonita que já vi, mas é uma praia bem legal. Existem também mais duas praias em San Sebastian, uma com foco mais pra jovens e surfistas, e a outra pra famílias. No verão diz que a cidade fica super cheia e as praias lotadas.
Praia de la Concha

O centro antigo é cheio de bar de tapas, um do lado do outro. Almoçamos num chamado Barduillo, e as tapas eram gostosas. Eu achei o centro antigo de Bilbao mais legal pra ser sincera.
Dali caminhamos ao redor do Monte Urgull e depois voltamos até a praia. A essa hora tinha o maior sol (sorte que pegamos o óculos de sol quando voltamos ao hotel pra deixar os casacos). Sentamo-nos no sol num café onde tomamos alguma coisa e ficamos vendo as pessoas passarem.
Depois caminhamos até o palácio Myramar, que tem um jardim bonitinho e uma vista bonita pra praia, e de lá resolvemos voltar pro hotel pra descansar antes da janta. Claro que pegamos a rota mais difícil (sem querer), que consistia em subir uma ladeira bem grande, mas isso só fez o descanso ser mais bem-vindo.
Saímos de novo pelas 7:30 e fomos até o Monte Igeldo ver a vista. Dirigimos até lá em cima e foi interessante no caminho ver vários carros estacionados na beira da estrada até lá e cima, com vários adolescentes por ali. Deve ser o hang out deles. É de graça e a vista é bonita; entendo perfeitamente a escolha.
Lá em cima precisamos pagar 2 euros por pessoa pra entrar no estacionamento e pra nossa surpresa lá em cima tem um mini parque de diversões. Tinha montanha russa, trem fantasma, carrinho de choque, e estava lotado de famílias. A vista de lá de cima pra cidade e pras praias é bonita.
San Sebastian vista do Monte Igueldo

Depois dirigimos até a parte antiga da cidade e deixamos o carro num estacionamento ali perto pra jantarmos num restaurante de frutos do mar que eu tinha visto mais cedo. A comida era simples, mas saborosa. eu comi uma sopa de peixe, depois merluza grelhada com batata e de sobremesa pudim de leite com caramelo. Fazia tempo que não comia essa sobremesa!
Ficamos passeando por aquela área portuária, onde tem também um carrossel e bancos na beira do mar. Estava lotado de gente, então foi bom pra não acharmos que era uma cidade fantasma, como acontece quando está tudo fechado em feriado.

Na segunda-feira nosso vôo pra Londres era somente às 19:40. Já tínhamos visto tudo o que queríamos em Bilbao e em San Sebastian, então resolvemos dirigir mais pro sul e ver a região de La Rioja, famosa pelos vinhos. Queríamos mesmo ter ido fazer wine tasting e almoçar numa winery, mas procuramos no dia anterior e estavam todas fechadas, o que foi uma pena. Mas mesmo assim fomos até a cidade de Logrono, a principal dessa área. Estava um dia fantástico de sol lindo, e depois de termos cometido o erro de não termos passado protetor solar no dia anterior (devia ter passado quando peguei o óculos de sol), desta vez não me esqueci e me enchi de protetor solar, além de boné e óculos de sol, pra garantir.
Estacionamos no centro da cidade e fomos pra praça principal no centro antigo, onde tem uma igreja e alguns restaurantes. Sentamo-nos numa mesa ao sol e pedimos um copo de vinho da região. Eu tomei um tinto e estava realmente muito bom!
Ficamos um bom tempo lá relaxando e vendo as pessoas passarem, até dar fome e irmos até a Travessia da Laurel, uma rua onde existem vários bares de tapas, um do lado do outro. Estava cheio de gente e tinha tanta opção que não sabíamos qual escolher. Fizemos como os espanhóis e fomos em vários bares, comendo uma tapa em cada um. O melhor foi sem dúvida o bar Soriano, o mais famoso. Só fazem um tipo de tapa: cogumelos com camarão em cima do pão, mas é muito gostoso. Estava lotado, mas conseguimos entrar e depois de uma certa espera a recompensa valeu a pena.
Caminhamos pela cidade um pouco, e quando eram 3:30 da tarde fomos de novo em direção a Bilbao pra pegar o vôo de volta pra Londres.
Devo avisar que gastamos uma fortuna com pedágio e estacionamento. Tudo deve ter saído perto de 80 euros. É bom pesquisar opções de ruas e ir com mais tempo pra evitar pagar pedágios tão caros (alguns foram quase 20 euros!).
A cidade de Logrono é também passagem de muitos peregrinos fazendo o caminho de Santiago, então existem vários albergues para peregrinos e placas e sinais na rua relacionados a peregrinação.
Cidade de Logrono


A Espanha tem tempo bom, comida boa, preços bons de forma geral, mas tem os mesmos problemas de países assim: ineficiências e pessoas barulhentas. Por isso adoro visitar tais países, mas volto para a Inglaterra sempre :)

Vídeo: https://youtu.be/J1ANzb9sfl4

Saturday 15 April 2017

Santuário de Loyola e Monte Txindoki

No dia seguinte saímos cedo de Bilbao em direção ao santuário de Inácio de Loyola, cerca de 50 minutos de Bilbao. Eu queria visitar pois parecia que era uma construção bonita quando estava pesquisando sobre coisas pra fazer na região.
O santuário consiste de uma basílica, a casa onde Inácio nasceu e se converteu, e tem também restaurante, hotel, e um parque bonito e bem calminho na frente.

Basílica de Inácio de Loyola

Eu visitei a casa onde Inácio nasceu. Ele era de família rica e lutou numa guerra em Pamplona, onde foi ferido. Enquanto se recuperava na casa da família dele ele começou a ler a bíblia e os ensinamentos religiosos e se converteu ao cristianismo. O quarto onde ele se converteu é agora uma capela onde estava super silencioso e somente freiras que lá estavam a rezar.
Li também sobre como ele começou com o jesuítas e o tal de exercícios espirituais que ele inventou, que é um tipo de método pra quem quer seguir o cristianismo. Foi interessante.
Visitei a basílica, que é grande e bonita. Não é tão imponente quanto a Basílica de São Pedro em Roma, mas tem uma cúpola grande e um teto bem bonito.
Dentro da basílica

Saindo dali fomos até uma pequena vila chamada Larraitz, com o objetivo de fazer uma trilha pelo Monte Txindoki. A paisagem na viagem era lindíssima, passando pelo meio de árvores altas e verdes, morros altos misturados com campo. Valeu a pena só pela paisagem que vimos dentro do carro.
Em Larraitz tem um ponto de informação, onde pegamos um mapa com as trilhas disponíveis, e existem 2 restaurantes. Tem um estacionamento bem no começo da subida das trilhas.
Escolhemos fazer a trilha pra subir o monte. A trilha até o topo demora 1:30 horas, e resolvemos que subiríamos até acharmos que era suficiente, sem necessariamente querer chegar até o topo. O dia infelizmente estava nublado, mas mesmo assim foi a minha parte preferida da viagem inteira. Foi muito bom passar pelos pastos durante a trilha e ter contato com a natureza, o que é raro na minha vida atualmente.
Trilha no monte  Txindoki

Riachos, o cheio de mato, flores e até o cheiro de esterco me trouzeram memórias de quando eu era criança e brincava no sítio do meus pais. Tinha as flores e plantas que eu costumava brincar (e me machucar, pois coloquei a mão numa urtiga sem ver e ficou um tempão doendo, mas faz parte), o ar era puro, e tinham poucas pessoas subindo naquela hora (já eram 2 da tarde), então foi um passeio super agradável.

A vista foi ficando cada vez mais bonita, até chegarmos numa curva onde a trilha passou pro outro lado da montanha. Lá a vista era mais restrita, e depois de pouco mais de 1 hora de caminhada resolvemos voltar, mesmo porque algumas nuvens apareceram e ficamos com medo que chovesse, o que deixaria a trilha bem menos agradável, pois em algumas partes era feita de pedra e descer pedra molhada é pedir pra torcer o pé.
Foi um pouco menos de 1 hora pra descer, e pra nos esquentarmos fomos num dos restaurantes tomar um chá e comer uns biscoitos (estamos virando ingleses).

Vista do Monte Txindoki


Nos pusemos então a caminho de San Sebastian. Foram cerca de 35 minutos de viagem. Nosso hotel chamava-se Astoria 7 e ficava na área de Amara. O hotel era bem bom, com temas de cinema. Filmes, diretores, atrizes etc por todos os lugares.
Alfred Hitchcok no nosso hotel

Devo dizer que hotel em San Sebastian é super caro. Como eu estava meio doente (novidade, sempre fico assim antes de viajar), queria descansar depois daquela subida toda. Compramos pão, salame, queijo e salada numa vendinha perto do hotel e jantamos no quarto mesmo, de onde só saímos no dia seguinte. Foi ótimo poder descansar bastante.

Vídeo: https://youtu.be/Qm8WwbyjDF4

Friday 14 April 2017

Bilbao - Espanha

No feriado de páscoa deste ano resolvemos fazer uma viagem e o lugar escolhido foi o noroeste da Espanha.
Saímos de Londres quinta-feira de tarde e voamos até Bilbao. Foram somente 1:30 de vôo, pois Bilbao fica no norte da Espanha. Consequentemente o tempo não é o típico do resto do país, com muitos dias nublados e chuvosos (se bem que mesmo assim nada comparado com Londres ou Nova Zelândia). Prova disso é que quando pegamos o carro de aluguel a moça que nos atendeu nos disse que tivemos sorte por termos chegado num dia ensolarado.
Nosso hotel chamava-se Sercotel Gran Bilbao e ficava num lugar chamado Atxuri, cerca de 15 minutos de caminhada do centro antigo. O quarto era super espaçoso e moderno.
Descansamos um pouco e saímos pra procurar um lugar pra jantar. Como é normal na Espanha, os restaurantes normalmente abrem bem tarde, pois as pessoas jantam bem tarde, lá pelas 9 ou 10 da noite. Fomos num restaurante chamado El Perro Chico, perto do rio. Ali por perto tem vários restaurantes e na rua estava cheio de pessoas tomando drinks de happy hour, tanto que achamos que não conseguiríamos comer por ali, com medo de estar tudo lotado. Eram 8 da noite, obviamente cedo demais pros espanhóis comerem, pois apesar da rua estar cheia, não havia ninguém dentro do restaurante. Só começou a encher pelas 9 e por isso não tivemos problema em achar uma mesa.
A comida foi boa (não comi comida ruim na Espanha), e foi bom caminhar de volta pro hotel pra baixar a comida antes de capotar na cama de cansada.
No dia seguinte tomamos café da manhã num barzinho de tapas no caminho pro centro antigo. Um suco de laranja feito na hora, com um café e uma tapa (no meu caso escolhi sanduichinho de presunto espanhol, queijo e maionese) era 3.50 euros, muito bom preço!
Caminhamos até o Casco Viejo, que fica na parte antiga da cidade, e fomos explorando as ruazinhas antigas. As lojas estavam todas fechadas, mas os barzinhos de tapas estavam todos abertos, e havia também um mercado de livros, bijuterias e coisas antigas na praça principal da parte antiga da cidade.
Passeando por Bilbao

Na frente de uma das catedrais estava acontecendo um teatrinho, mas não sei dizer do que se tratava, pois eu não conseguia entender absolutamente nada do que falavam. E como nas demais vezes que estive na Espanha, cada vez que tento falar espanhol sai italiano. Claro que o fato de eu ter aprendido italiano e nunca ter aprendido espanhol é a maior causa desse deslize.
Depois de termos visto a parte antiga caminhamos pelo centro de Bilbao com o objetivo de chegar até o museu Gugenheim, possivelmente a maior atração turística da cidade. Devo explicar que não consegui sair da parte antiga da cidade sem comprar um sanduiche gigante de jamon, delicioso! O pão espanhol é delicioso também.
Cruzamos o rio pra chegar na parte mais nova da cidade é fomos até a Plaza Don Frederico Moyua, onde tinha um jardim bonitinho. Sentamos pra tomar alguma coisa num barzinho ali por perto e quando eram 2 da tarde chegamos no Gugenheim. Logo na frente tem o cachorro gigante feito de flores, que era pra ser algo temporário pelo que eu li, mas virou mascote e agora acho que é permanente.
A arquitetura do Gugenheim é toda louca, com a construção cheia de curvas e cantos. Lendo sobre o museu inclusive li alguns consideram que a arquitetura do prédio é mais interessante que a coleção de arte dentro.
Eu não entendo absolutamente nada de arte, muito menos de arte moderna, foco do museu. Andei por lá, ouvi o audio guide contar sobre a construção do prédio, vi exibições enquanto ouvia o artista descrever sobre o que se trata e o que ele espera que as pessoas sintam ao explorar a obra, mas confesso que não me empolgo com esse tipo de coisa. Já tentei várias vezes visitar tais museus, como o Tate Modern e Londres, e tirando poucas exceções (como uma exibição de fotografia que eu vi no Tate Modern que gostei e entendi - acho) eu simplesmente não gosto.
Depois da visita no museu caminhamos em direção ao museu de belas artes, mas sem a intenção de entrar nele, somente para caminhar pelo parque ali do lado. Estava um dia nublado e frio, e pra nos esquentarmos sentamos num café onde tomei um chá e comi um pedaço de bolo.
Museu Gugenheim

Fizemos então como os espanhóis, fomos pra casa (no nosso caso hotel) descansar antes de sair pra jantar. Pegamos o carro e voltamos pro centro eram cerca de 8hs, com a intenção de jantar num restaurante chamado Nido Bilbao. Passamos trabalho pra chegar lá, pois as ruas do centro estavam todas fechadas, com a polícia impedindo a passagem dos carros. Cheguei a conclusão que deveria ser algum evento. Por ser sexta-feira de páscoa, tal evento só poderia ser uma procissão. Não deu outra.
Deixamos o carro no primeiro estacionamento que conseguimos achar e fomos pra uma rua principal ver a procissão passar. Foi super interessante, pois era gigante! Com certeza grande parte da cidade ou estava participando ou estava assistindo. As pessoas participando estavam todas vestidas com umas roupas tipo de cerimonial, com um capuz preto pontudo. Aquela seita americana ridícula que prega racismo e intolerância (o tal de Ku Klux Klan) com certeza baseou as roupas deles nesse tipo de vestimenta, só que a deles é branca ao invés de preta.
Procissão de Páscoa

Vimos a procissão por um tempo e depois fomos até o restaurante. Demos sorte de conseguir mesa, pois normalmente precisa-se de reserva. Segundo o Tripadvisor esse é o restaurante número 2 da cidade. Deu pra entender porque, pois a comida era absolutamente deliciosa!! Muito bem feita, com ingredientes frescos, sem temperos horríveis como os usados na Inglaterra. Adoramos a janta!

Video de Bilbao: https://youtu.be/XH1xnToM-Mo