Hoje fiz uma coisa que eu queria fazer há bastante tempo: a trilha da Lagoinha do Leste.
Floripa tem muitas praias bonitas, mas o diferencial desta praia é que ela é somente acessível através de trilhas. Existem duas trilhas que levam a esta praia: a da praia do Matadeiro, que dura cerca de 3 horas, e a do Pântano do Sul, que dura cerca de 1:15.
O dia amanheceu nublado mas sem previsão de chuva, então resolvemos que seria um dia bom pra fazer essa caminhada. Durante o dia acabou que o sol saiu algumas vezes, mas não estava muito calor (cerca de 24 graus hoje).
Começamos lendo na internet como chegar na trilha, mas as informações são meio escarsas e não muito específicas. O melhor que conseguimos achar é que a trilha sai da rua Manuel Pedro de Oliveura, que fica 400m antes de chegar na praia doPântano do Sul.
Dirigimos até a praia do Pântano no Sul e lá achamos um lugar pra estacionar na ruazinha que dá pra praia. Estes lugares são poucos, então quem não consegue achar uma vaga tem que deixar o carro num estacionamento pago (R$10), pois caso estacione no acostamento será multado.
Não existe placa alguma indicando a rua onde se encontra a trilha. Nós só a encontramos por causa do GPS, mas a rua é uma subida na esquerda da avenida. Lá pela metade desta rua, do lado esquerdo, tem uma entrada pra mata e placas indicando que é o começo da trilha. A placa informa que a trilha leva 45 minutos.
Começamos então a subir. Havia chovido na noite anterior e por isso havia lama na trilha, bastante pedras além da subida ser bastante íngreme. A trilha passa literalmente pelo meio do mato, fazendo-se necessário às vezes desviar de galhos e no caminho tem bastante mosquito.
Subimos por cerca de 40 minutos pela trilha selvagem, até virmos a primeira e única placa durante o trajeto, numa bifurcação. A placa está logo abaixo:
Placa no fim da subida.
Esta placa é absolutamente inútil, pois não indica pra que lado é o mirando e em nenhum lugar tem a palavra “praia”, muito menos distâncias ou tempo de caminhada. Resolvemos ir pra direita pra ver se o mirante era lá e depois de alguns metros vimos umas pessoas sentadas, para as quais perguntamos do mirante e a resposta foi que que há muito tempo realmente havia um mirante, mas agora é só mato e pedaços de madeira. De uma ponta consegue-se ver um pouco da vista pra praia do Pântano so Sul.
Vista da praia do Pântano do sul
Voltamos então até a bifurcação e pegamos o caminho da esquerda, que por eliminação deduzimos que levaria até a praia. Encontramos várias pessoas fazendo a trilha, então não ficamos com medo de nos perder.
A descida não foi nada fácil, pois era muito íngreme e nosso tênis estava sujo de lama da subida, então as pedras estavam muito escorregadias.
Fotos da trilha, e o estado do meu tênis e calça no fim dela
Depois de cerca de 25 minutos descendo finalmente chegamos na praia. A placa no começo da trilha que indicava 45 minutos está totalmente incorreta. Nós fizemos a trilha de forma segura, mas não andamos devagar e demoramos 1:15 pra chegar na praia.
Chegando na Lagoinha do Leste
A praia tem uma faixa de areia bem branca e larga, muito bonita, e o mar é típico do sul da ilha: bem agitado com ondas boas pro surfe e água gelada. Na direita da praia tem um morro bem alto, que é o que dá acesso a trilha pro ponto de vista mais bonito, mas nós estávamos cansados da caminhada e resolvemos não subir até lá, mas a vista lá de cima pelo que vi em fotos é linda.
Praia da Lagoinha do Leste
Morro a direita da praia com acesso ao ponto de vista
Restinga atrás da praia
Sentamo-nos na areia pra comer um lanche que havíamos trazido (é uma praia deserta, sem restaurante. Parece que na temporada tem umas barraquinhas que vendem coisas pequenas) e ficamos tentando curtir a praia, entretanto o vento estava insuportável. Sentei-me de costas pro mar pra tentar comer meu lanche sem recheio de areia, mas tava difícil. Alguém então nos sugeriu caminharmos por uma trilha que vai pelas dunas até a lagoa que fica atrás da praia, mas não havia placa nenhuma, então entramos no primeiro acesso que encontramos pelas dunas e caminhamos por uns caminhos até chegarmos numa restinga. Lá havia lugar embaixo de árvores onde estendemos nossas cangas e ficamos protegidos do vento pra terminar nosso lanche e descansar. A restinga era muito bonita e se eu tivesse trazido biquíni eu teria tomado banho lá. Era bem calminho lá e sem vento, mas não era perfeito: tinha muito mosquito. Tinha tanto que eu vesti um casado com capuz pra que eles não me atacassem tanto.
Eu tentando me proteger dos mosquitos
Depois de um tempo ali nós resolvemos voltar, pois não conseguimos relaxar como gostaríamos por causa dos mosquitos. Resolvemos nem ir até a lagoa. Começamos então o longo caminho de volta, que já sabíamos ser íngreme e escorregadio. Eu estava com medo de cair ou torcer o pé, então eu fui bem devagar, mas tinha gente fazendo a trilha descalça e até vi uma mulher carregando uma criança, que realmente não entendo como ela conseguiu passar por alguns lugares com aquela criança! Os surfistas fazem a trilha levando prancha.
Mas a pior parte foi a descida no final. Os mosquitos estavam impossíveis, nos comendo vivos. Havia nuvens deles na mata e nós precisávamos ficar balançando os braços que nem loucos pra que eles não nos atacassem, ao mesmo tempo que tentávamos nos equilibrar descendo por lugares altos e escorregadios. Não foi nada agradável.
Nem acreditei quando terminamos a trilha…
Na volta pro centro pegamos um trânsito horrível. O acesso ao sul da ilha é realmente um lixo, e eu não entendo porque alguém moraria no sul da ilha se tivesse que pegar esse trânsito todos os dias. Demoramos 1:30 pra chegar no centro, sendo que na ida haívamos feito o mesmo trajeto em 30min.
Não quero desencorajar ninguém a fazer esse passeio, mas confesso que eu não gostei tanto quanto eu imaginava que eu ia gostar, em grande parte por falta de infra estrutura das estradas e de sinalização na trilha, e também por causa do vento e dos mosquitos. Foi bom eu ter feito a trilha, mas eu nao retornaria.
Recomendo o seguinte pra quem quiser fazer esta trilha: Ir de manhã cedo, usar calça comprida e bastante repelente, além de protetor solar (boné e óculos de sol se for um dia de muito sal), levar comida e bastante água, ver a previsão do tempo pra ter certeza que não vai chover e que não haverá vento sul. Volte na trilha antes de escurecer e não volte no fim da tarde pra evitar o trânsito. Ou pra quem gosta é possível acampar lá, coisa que eu nunca faria.
O que eu posso recomendar é uma visita ao restaurante Arantes, na praia do Pântano do Sul, que serve comida típica da ilha. Comemos um pastel de camarão muito bom lá.
Eu e minha irmã no restaurante Arantes
Sunday, 22 March 2015
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