Saturday 28 May 2016

Os Sete Vales Suspensos - Portugal

O dia amanheceu nublado e sem graça, com um pouco de chuva, exatamente como havíamos visto na previsão do tempo ontem. Desci pro café da manhã pra encontrar o André e ao planejar nosso dia resolvemos visitar algumas cidades pela redondeza, pois praia não seria uma opção.
A sala de café da manhã fica no subsolo, e ao subirmos as escadas que davam pro andar térreo, pra nossa surpresa, vimos que o céu estava azul, sem nenhuma nuvem! Como?! Não preciso dizer que nem pensamos duas veses pra mudarmos o nosso roteiro do dia. Resolvemos fazer a trilha dos Sete Vales Suspensos, cerca de meia-hora daqui de Portimão.
Estacionamos o carro na praia do Benagil e usamos a entrada da trilha que fica logo depois da lanchonete que tem na praia, no lado direito. Esta trilha pela costa tem vistas espetaculares pra formações rochosas que sofreram (e ainda sofrem) da erosão dos elementos: mar, vento e chuva. Dá pra ver muitos dos lugares dirigindo entre um e outro, mas quem tem um level razoável de fitness eu recomendo fazer a trilha, pois ela não é difícil e vê-se mais coisas caminhando do que dirigindo. Recomendo usar sapato fechado pra facilitar caminhar pelas rochas, levar boné, óculos de sol e bastante água. O nosso passeio completo, com bastante paradas pra fotos, durou 4 horas.
A rocha que está presente na trilha é calcária e cheia de reentrâncias causadas pela chuva. Eu quase não gosto de caminhar sobre pedra, então achei o máximo ficar explorando os detalhes da paisagem caminhando de uma pedra pra outra, pensando qual o melhor caminho pra subir ou descer das pedras. Têm vários precipícios na trilha, que a gente fica tentado de chegar na beira pra ver a vista, mas é preciso usar o bom senso, ainda mais em dia de vento forte como hoje. Logo após termo começado a trilha deu pra ver o nível da vista que nos aguardava: o mar atlântico azul, o céu azul, o sol brilhando, os paredões de rocha com cavernas e grotos formados pelas ondas, praias isoladas de areia pristina, alguma das quais só é possível chegar de barco, o ar puro entrando nos pulmões (eu respirava bem fundo pra tentar limpar o pulmão do ar tóxico de Londres), enfim, um dos paraísos na terra.
A praia do Carvalho é das mais bonitas do trajeto. Quando a avistamos lá de cima do morro na trilha, não havia ningúem nela. Por cerca de 20 minutos ela foi a nossa praia.
André na sua praia particular: Praia do Carvalho. Lindíssima

 Obviamente tiramos trocentas fotos lá de cima, e achamos o corredor cavado na rocha que descia até a praia. Tinha um rato nesse corredor e isso meio que quase nos fez desistir, mas resolvemos enfrentar o rato, que logo fugiu quando nos ouviu chegar. Valeu a pena, foi ótimo ter a praia pra nós por alguns momentos e caminhar pelos seus cantos secretos. Eu cheguei a subir uma escada cavada no paredão rochoso e passei por uma caverninha, mas aí fiquei receosa de seguir, pois o caminho estava coberto de areia e estava ventando bastante, fiquei com medo de escorregar e cair lá de cima.

As paisagens lindíssimas dos Sete Vales Suspensos

Quando saímos da praia já haviam vários outros turistas. Continuamos a trilha até chegar na próxima parada de paisagem dramática, com mais fotos e mais praias secretas. Nesta parte haviam varias casas de férias pra alugar. Deve ser legal alugar uma pra ficar por uns dias, tendo essa paisagem há poucos metros de distância pra ser apreciada.
Caminhamos até conseguirmos ver a grande reentrância na costa, onde tem o farol e resolvemos voltar pra praia do Benagil, com a intenção de seguir até a praia da Marinha. Nós poderíamos ter ido de carro, mas depois de comprar algo gelado pra tomar e reabastecer comendo bolachas (já era 1:30 da tarde), resolvemos continuar ela trilha até a praia da Marinha. A praia de Benagil, por sinal, também é muito bonita e de lá partem barcos que fazem passeios pelas cavernas e grutas. Pelo que estava vendo fotos na internet o passeio é também muito bonito. Inclusive peguei até um brochure caso a gente decida fazer tal passeio. Custa 17 euros, demora 1 hora e vê-se 20 cavernas.
Bom, a trilha até a praia da Marinha demorou cerca de 35 minutos e a vista foi ficando cada vez mais bonita (nao achei que fosse possível), até culminar no que foi o fim da trilha pra nós: a vista E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R pra praia da Marinha. Eu nem vou tentar descrever, pois uma imagem vale mais do que mil palavras, e mesmo porque não sou boa com palavras.

Vista da Praia da Marinha. Absolutamente maravilhosa!

Eu não cansava de olhar aquela paisagem. Foi o final perfeito pra fechar o passeio. Vou me lembrar pra sempre daquele momento que vi aquela vista, pois depois de ter visto tanta coisa bonita no mundo e de ter ficado exigente com meus passeios, ver algo que me deixe ainda de boca aberta é realmente especial pra mim.
O André quis caminhar até a praia, e acabei indo junto, mas na boa, o melhor, na minha opinião, é admirar a vista lá de cima do penhasco.
Voltamos pro carro e dirigimos de volta pra Portimão, onde almoçamos às 4 da tarde naquele beach club que haviamos visto ontem a noite mas que estava frio pra ficar na rua. Sentamos num sofá e pedimos caipirinhas. Eu comi um macarrão com camarão que estava gostoso. Vieram 11 camarões bem grandes e saborosos, o que não estou acostumada, pois em Londres os pratos de macarrão com camarão sempre em no máximo uns 5 ou 6 camarões e nunca são tão gostosos.

Depois voltamos pro hotel e saímos pra tomar um sorvete na Haagen Dazs que tem aqui na frente. Eu me empanturrei de petit gateau. Agora estamos de volta no quarto descansando de tanto caminhar e de tanto comer, e eu estou vendo a praia pela porta da sacada, com o céu azul e o mar beijando a areia de leve. Como diz o André, em Portugal dá sol até quando chove.

No comments: