No fim de
junho eu tinha uns dias livres e fiz uma walking tour de Londres, sobre a qual
escrevi neste blog, e mencionei que gostaria de visitar alguns dos museus pelos
quais passamos no tour.
Pois foi o
que fiz hoje.
Comecei
pelo museu do Charterhouse (http://www.thecharterhouse.org/).
O museu em
si é gratuito, mas tem também um tour pago que passa por algumas áreas internas
desta construção bem antiga. Eu me contentei com o museu, que me deu informação
o suficiente sobre a história deste lugar interessante. Começou como um
monastério normal, onde os monges moravam e rezavam. Eles começavam o dia bem
cedo, tipo 6 da manhã, mas parece que acordavam para rezas também de madrugada.
Eles faziam somente duas refeições ao dia: uma de pão com sopa e depois peixe
com fruta. Devem ter sido bastante magros comendo tão pouco. Depois veio
Henrique VIII e começou a dissolver todos os monastérios, incluindo este.
Alguns monges deste monastério tentaram resistir e acabaram sendo executados. O
prédio é grande e imponente, e por um tempo foi utilizado por monarcas como a
rainha Elizabeth I. O tempo foi passando, e também os monarcas, e acabou que um
homem chamado Thomas Sutton comprou o prédio pelos 1600. Ele era um homem de
negócios muito esperto, que começou a vida servindo a realeza, mas que acabou
ficado muito rico emprestando dinheiro e cobrando juros, e comprando
propriedade. Com a sua fortuna ele acabou se tornando um benfeitor e uma das
coisas que ele fez foi, ao comprar esta propriedade, transformá-la em uma
escola para meninos pobres e um hospital para aposentados. Na capela da
Charterhouse tem uma estátua do Sutton, e ele foi lá mesmo, enterrado embaixo
dela. Eu achei a capela bastante interessante, com bancos de madeira super
antigos (alguns com rabiscos dos meninos que ficavam entediados de assistir a
missa), tanto que o cheiro de madeira antiga e uma música sacra davam um ar bem
calmo para meditação. O museu tem vários objetos da época de quando era escola,
como cadeiras e mesas que os alunos usavam. Hoje em dia este lugar funciona
como um asilo para homens. O critério é que sejam aposentados, solteiros, e sem
condições financeiras de se manter. A caridade fundada pelo Sutton sempre teve
pessoas de visão de empreendedor, que investiram o dinheiro de forma
inteligente e até hoje sustentam essa caridade assim. Os habitantes de lá têm
seu próprio quarto, comem num refeitório que tem lá, têm vida social na
vizinhança (tem um pub ali pertinho), e quando ficam doentes tem
enfermeiras(os) que cuidam deles. A escola foi transferida pra outro lugar, e
agora aceita meninas também (http://www.charterhouse.org.uk).
Salas do Museum of The Order of St. John
Pelas ruas de Clerkenwell
Pelas ruas de Clerkenwell
Depois fui
até o Museu do Order of St. John, que fica cerca de 5 minutos de caminhada
dali. (http://museumstjohn.org.uk/).
Cheguei bem
na hora que ia ter uma tour de graça, o que foi sorte. A guia nos levou pro
andar de cima do prédio, onde vimos salas super antigas e bonitas. Ela nos
contou como o Order of St. John começou, e a história vem desde Jerusalém,
passando por Grécia e Malta, envolvendo cristãos e muçulmanos e diversas
guerras. A Priory (como eles chamam uma sede de cunho religioso, em tradução livre)
é uma organização de caridade a nível mundial, e a sede da Inglaterra foi
criada em 1140, neste prédio que eu visitei. Anyway, Napoleão invadiu Malta e
expulsou os Knights (membros desta organização), que acabaram refugiados em
Roma. No museu explicam que os seus membros eram profissionais de saúde, e que
eles treinavam pessoas sem qualificação, da comunidade, em primeiros socorros,
e que prestaram muito serviço nas guerras mundiais. Bom, até hoje, em alguns
países, esta organização continua a oferecer serviços de primeiros socorros pra
população em certos eventos. Vale muito a pena visitar este museu e aprender da
história, mas principalmente fazer o tour. As salas que visitamos são lindas e
lá pode-se ver pinturas e móveis antigos, muitos deles de origem em Malta.
Visitamos também a capela e a cripta, que ficam do outro lado da rua onde é o
museu, e só se pode entrar com o guia. Bem do lado da capela fica um jardim de
bonitinho e tranquilo, onde vale a pena sentar num dia agradável como hoje.
Fica bem no centro de Londres, na região de Clerkenwell, e muita gente nem sabe
que existe. É um dos segredos bem guardados de Londres.
Depois do
tour eu fui no restaurante The Modern Pantry, que fica bem na frente da Capela,
numa pracinha. Lembro que da outra vez eu fiquei olhando o restaurante e
desejando ter tempo de me sentar e comer ali, e hoje fiz isso. Comi um brunch
(apesar de ser 4 da tarde) e a comida era gostosa. Foi muito bom sentar ali
fora no sol e comer uma refeição típica da Inglaterra.
Ao terminar
de comer resolvi caminhar pelas ruas de Clerkenwell, que são charmosas e cheias
de prédios de tijolinho, terminando meu passeio na estação de Angel, onde
peguei o metrô pra vir pra casa.
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