Sunday, 24 June 2012

Berlin–Dia 3

Neste dia nós decidimos visitar uma igreja bem antiga (Gedächtniskirche) que foi bastante afetada na guerra e está ainda em ruínas. Fica na direção do jardim zoológico. Chegando lá vimos no mapa onde seria a localização dela, mas nada de vermos a tal igreja, só tinha prédio ali. Procuramos em vários mapas e não tinha como ela ter sumido! Depois de um tempo o André reparou que estão renovando a igreja, mas ao invés de colocar por fora o desenho dela como se faz nas obras de ruínas aqui da Europa, colocaram ela dentro do que parecia um prédio comercial branco! Ou seja, não vimos nada!!
Depois caminhamos até o momumento Siegessäule, ou coluna da Vitória, que foi erguida depois de alguma guerra da Prússia parece. Como foi uma caminhada longa eu fiquei sentada num banco ali na frente e os demais resolveram subir nesse monumento pra ver a vista, só que desistiram quando descobriram que era pago. Tudo que é atração é pago, incrível…

Depois disso pegamos o ônibus 100, que é um ônibus que passa por todas as atrações turísticas, e trocamos pro ônibus 200, que também passa por atrações turísticas (mas são ônibus de linha normal, não de empresas de turismo) e descemos em Potsdamer Platz, que tem uns prédios modernos, mas nada demais além disso. Procuramos um lugar pra comer mas não achamos nada que nos agradasse, então pegamos o metrô até Prenzlauer Berg e almoçamos num restaurante italiano que tinha por lá.

Fomos então até o mercado de pulgas que tinha ali perto e tinha barraquinha vendendo de tudo: móveis, roupas novas, roupas usadas, sapato velho, coisas pra casa, jóias, me lembrou algumas feirinhas que aconteciam na UFSC de vez em quando. Tinha música e comida, foi interessante. Este mercado de pulgas acontece todo domingo no Mauerpark.

Mercado de pulgas em Berlin

Não longe dali fica um museu a céu aberto sobre o muro de Berlin. Este museu se extende por algumas quadrasna Bernauer strasse e conta a história do muro de Berlin, mas de uma forma muito completa e interessante. Tem vídeos da construção, de que como no começo era só alguns tijolos e arame farpado, e depois foi progredindo pra um muro mais alto, aí colocaram umas coisas atrás do muro pra impedir que as pessoas tentassem quebrar o muro com um carro, e no fim das contas acabou sendo 2 muros separados por alguns metros, e nesse espaço tinha arame farpado, cachorros, e torres de controle, tudo pra impedir que as pessoas fugissem do lado comunista! Se comunismo fosse bom as pessoas não iam querer fugir!
Tem entrevistas com oficiais e pessoas que contam como era controlada a vida das pessoas que moravam perto do muro, porque de uma hora pra outra o que aconteceu é que elas não podiam mais ir e vir pra certa parte da cidade, tinham que ter certos documentos provando que moravam ali perto do muro, senão não podia chegar perto.
Parte do museu é uma construção meio nova, que é onde ficava uma igreja que foi destruída pelos comunistas, que ficava exatamente no muro, e ali tem uma exposição de fotos da como o muro afetou a vida de crianças que moravam ali perto, que elas não entendiam pra que servia o muro, e acabou que pra elas era um playground, e tinha foto de crianças se pendurando na construção do muro e correndo por ali, pra elas era algo normal, parte do dia-a-dia delas.
onde a Bernauer strasse se encontra com a Ackerstrasse tem fotos dos prédios que ficavam exatamente no muro, e conta como as pessoas usavam as janelas pra pular pro lado ocidental, e que aí forçaram as janelas a serem lacradas, mas que não adiantou, e no fim mandaram demolir os prédios.
Logo ali do lado deixaram parte do muro em pé, junto com uma torre de observação e do outro lado da rua dá pra subir numa espécie de torre e ver como era de cima.
Foi realmente incrivelmente instrutivo e aprendi muito com esse museu, recomendo pra quem se interessar em aprender o que e por que as coisas aconteceram daquele jeito.

Como era o muro de Berlin

Depois as meninas resolveram visitar uma loja de chocolates e eu e o André fomos encontrar nossa amiga da faculdade e Friedrich strasse. Enquanto a esperávamos eu fui num museu, também de graça, que conta a vida das pessoas na DDR e o que eu mais achei interessante foi um mini cinema ali dentro, que mostra certos eventos que aconteceram e como foram relatados nas notícias da Alemanha Ocidental e nas notícias da Alemanha Oriental, como cada um puxava pro seu lado a versão das notícias, como se o outro lado fosse “do mal”. Mostrou que chegou uma época os comunistas deixaram que cidadãos da Alemanha Ocidental pudessem entrar para visitar parentes, pois imagina que com a construção do muro muitas famílias foram separadas, já pensou não poder mais visitar os pais porque algum louco mandou construir um muro?

Fomos num restaurante ali na beira do rio tomar uma taça de vinho e esperar as demais e o tempo fechou, começou a chover. FIcamos de papo por um tempo e aí voltamos pra Prenzlauer berg pra achar um lugar pra comer e ver o jogo da Itália contra a Inglaterra. Como o tempo tava ruim não tinha o charme da noite anterior, com as pessoas sentadas na rua e tal, no fim fomos num restaurante grego e vimos o jogo dali, que foi por sinal um jogo chato decidido nos pênaltis com vitória da Itália.

Eu adorei Berlin, está na lista de cidade que eu gostaria de voltar um dia, é muito rica em cultura e história, oferece bastante opções de lazer e é também uma cidade bonita.

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